terça-feira, 20 de novembro de 2012

Análise: The X Factor Australia - Season 4

Sambando na cara da sociedade.

E com muita dor no coração, chega o final da temporada mais espetacular entre todas as temporadas do The X Factor Australia, e só aumentar ainda mais a credibilidade do espetáculo, precisamos dizer que sim, o The X Factor Australia deu um banho em qualidade ao seu pai britânico (ainda não superei a eliminação da Ella, viu Reino Unido?) e ao seu irmão americano (muito menos o Lyric 145 e a Jennel aqui, viu Mr. Simon Cowell?).

Muito devido ao seu casting incrível de finalistas, que elevou o nível do programa às alturas e transformou do programa perdido no país oceânico em um festival de música e, acima de tudo, de talentos que realmente se mostram prontos para o mercado fonográfico, não só local, mas em nível global para alguns dos acts.

E muito do sucesso também se deve aos jurados dessa naba toda. O painel que dá a vida e dita muitas vezes o dinamismo do programa esteve muito bem e, pra você que não conhece, não custa apresentá-los.

Os Mentores
Começamos com a cantora e atriz Natalie Bassingthwaighte (sempre tenho que ler, reler e ver de novo se eu escrevi esse sobrenome certo), que começou ganhando a vida atuando na série "All Saints", mas despontando após seus quatro anos dedicados à série "Neighbours". Claro, como competição musical, a mulher tem que entender alguma coisa. Se alcançar o segundo lugar dos charts da ARIA e conquistar três discos de platina é o suficiente pra você, digamos então que a Natalie está mais do que bem credenciada a ser jurada do programa.

Assim como Ronan Keating, o produtor, compositor e cantor irlandês que tem no seu passado a participação em uma boyband há muito tempo esquecida, chamada Boyzone, mas que teve seu grande boom na carreira ao lançar a música-tema, "When You Say Nothing at All", para o longa "Um Lugar Chamado Notting Hill" (sim, aquele mesmo com o Hugh Grant e a Julia Roberts), alcançando o primeiro lugar em diversos países.

Integrando o painel temos Guy Sebastian, cantor australiano que foi lançado como o primeiro vencedor do Australian Idol. E só pra sentir o poder desse homem, se você for neste momento ao iTunes australiano, você verá que seu novo single, "Get Along", e o seu novo álbum, "Armageddom", estão no topo de mais vendidos. [Pelo menos até o fechamento deste texto].

E por último, a mais irrelevante, uma tal de Melanie Brown, mundialmente conhecida como Mel B, apelidada carinhosamente de Mel Bitch após sua passagem rápida nas audições de Liverpool nesta temporada do The X Factor UK e conhecida por ser uma ex-integrante de uma bandinha desconhecida, que nem fez sucesso e que é o maior flop da história da Inglaterra, as divas supremas das Spice Girls. (Espero que você tenha sentido a ironia nesse último parágrafo).

Super Bootcamp & Home Visits
Essa temporada tivemos muitas excelentes audições, performances memoráveis no Super Bootcamp (ainda não entendo esse "super" na nomenclatura, mas vamos em frente) e convidados mais do que especiais para a fase de Judges' Houses, ou como os Aussies preferiram chamar, as Home Visits.
Natalie, que ficou ao cargo das Girls, convidou Ke$ha (coerência pra quê mesmo?), Ronan chamou o One Direction inteiro pra ajudar os seus Groups, Mel B viu os seus Boys serem auxiliados pelo Usher (grande ajuda, só que não), e por fim, o mais importante, Guy e seus velhinhos da categoria Over 25s (quem vê a Sammi acha que ela é Over? Nem ferrando) sendo auxiliados pela diva Alicia Keys.

Curioso que esta temporada foi justa inclusive dentro desta fase. Claro que sempre teremos algumas discórdias, como eu não entender ainda como a Vendulka Wichta não foi para a fase seguinte de Live Shows (sim, gostava dela e não regreto nada!), mas a definição dos finalistas foi, no mínimo, justa, como já comentei.

Boys
(Mel B)
Categoria flopada que entregaram pra Mel essa temporada, hein. Podem dizer o que for, mas comparada ao ano passado (onde Recee Mastin e Johnny Ruffo chegaram à final), os garotos vieram capengando e muito mal para o programa. A começar por Adil Memon, que conseguiu ser eliminado no primeiro Live. Depois por Josh Brookes, que foi eliminado dois dias depois por "conduta inadequada", onde, segundo os tabloides, havia pedido fotos nuas, durante uma sessão de Twitcam, de suas fãs. Pra completar a salada, Mel trouxe Carmelo Munzone de volta, ainda não entendo, mas também não durou muito. A salvação de Mel esteve com Jason Owen que, apesar de ter meu ódio eterno, merece os parabéns pelo crescimento inquestionável dentro do programa, levando-o até às finais.
Melhor Boy: Mesmo com Jason chegando à final, o melhor Boy da temporada foi Josh Brookes, o cara que foi rejeitado na temporada anterior e que voltou nessa pra tentar a sorte, mas depois de cantar "Don't Wanna Go Home", foi mandado pra casa. Quão irônico é isso.

Girls
(Natalie Bassingthwaigthe)
Mais uma categoria de onde sempre se espera muito e tendo Natalie como mentora já era um ganho a mais para essas moças. Natalie sempre muito presente com suas garotas, trazendo uma das categorias mais fortes deste ano (mesmo não entendendo muito a necessidade de ver Shiane Hawke na minha frente com sua voz anasalada de cachorro resfriado, que surpreendentemente a levou ao quinto lugar da temporada). Como se não bastasse, Natalie viu a sua melhor cantora vocalmente ser mandada muito cedo pra casa (adeus Angel Tupai), e conseguiu levar Bella Ferraro ao Top 4, mas não passou disso e não conseguiu chegar à final.
Melhor Girl: Por mais que me digam que a odeiam, desculpa mundo, mas eu amo. Pra mim, melhor Girl da temporada foi Bella Ferraro. Pode não ter a melhor voz da categoria (longe disso, era a mais limitada), mas é a única com marca comercial e um forte pós-programa. E na verdade isso é só desculpa pra colocar seu vídeo da performance de "Big Yellow Taxi", que eu amei.

Groups
(Ronan Keating)
Ronan e sua histeria e insanidade em tentar encontrar o novo One Direction, ou pelo menos a versão australiana deles. Insanidade tamanha que ele conseguiu levar três boybands para os Lives. Só que uma sempre anularia a outra, certo? Sempre pensei assim, tanto é que a eliminação rápida do What About Tonight e o sétimo lugar para o Fourtunate servem bem de explicação pra isso. Só que eu não esperava que de tantas boybands genéricas fossemos ter o The Collective. Sim, finalistas da edição e que chegaram com mérito, mesmo encarando dois Bottoms complicados. Eles são prontos para o mercado e ouso dizer que são melhores do que muita boyband por aí.
Melhor Group: Não vou repetir que é o The Collective, e só não coloco a performance de "Domino" aqui porque ela será utilizada mais abaixo, então deixo vocês com o single feito para eles, a canção "Surrender".

Over 25s
(Guy Sebastian)
Quem diria. Uma categoria que é motivo de piada no Reino Unido (e a líder de votos nos EUA) prova que é mais fresh, new e urban que as categorias consideradas "Under 25s". Pois é, claro que o Guy, inclusive atual mentor vencedor com o Recee, é responsável por estar sempre dedicado aos seus pupilos. Claro que o décimo lugar para o Justin Standley não é muita coisa, nem o sexto lugar para o Nathaniel Willemse, mas o seu trunfo tem nome e sobrenome: Samantha Diva Linda Suprema Gostosa Jade, finalista absoluta com o maior fandom internacional do programa.
Melhor Over: Claro que é Sammi, não pelo fato de chegar à final, mas pelo processo de superação que essa menina encarou em toda a sua carreira musical. Chegou a assinar nos EUA, lançou inclusive trilha sonora para o filme "Step Up" ("Se Ela Dança, Eu Danço"), mas caiu no limbo do esquecimento, rompeu com gravadora e voltou pra Austrália. E ainda bem, porque senão não teríamos oportunidade de ver algo desse tipo:

Grand Final
Numa final em que tivemos um grupo que foi à dois Bottoms (The Collective), a diva suprema que esmagou muita gente em outros três Bottoms (Samantha Jade) e o boy flopado (Jason Owen) de Mel B que passou ileso por todas as semanas sempre entre os mais votados. Você se pergunta, quem venceria? Se apostasse em Jason Owen iria dizer que foi uma aposta segura. Se apostasse no The Collective diria que é uma aposta interessante. Mas se apostasse em Samantha Jade eu diria que você merece meu amor eternamente. E antes de anunciar o vencedor, e segundo e terceiro colocados (mesmo sabendo que você já sabe), vamos ao excelente videoclipe de "I Can Only Imagine", produzido para esta final.
E depois de definir o terceiro lugar ao The Collective, a Austrália me deixou ainda mais orgulhoso, ainda mais por isso:
Mundo, pode surtar comigo, porque Samantha Jade sambou com salto agulha na cara da sociedade e venceu, com maestria, a temporada da melhor edição da franquia em todo o mundo, deixando Jason Owen em segundo lugar.

Mas calma, se você acha que eu viria aqui só pra isso, se enganou, temos mais algumas outras coisinhas para você leitor. Como parabenizar Natalie por ser a melhor mentora e jurada dessa temporada, mesmo sem chegar à final e mesmo com o Guy vencendo. Ou como eleger a melhor performance convidada (por mais que eu ame Little Mix e Cher Lloyd) ao Psy, que fez a alegria do meu mês ao fazer a troll master Mel B dançar "Gangnam Style".
E para encerrar a temporada com chave de ouro o nosso Top 5 de melhores performances da temporada, que, sem dúvidas, representa bem o nível de qualidade dessa temporada sensacional.

Top 5 Performances
5. Shiane Hawk - "Hometown Glory"
Artista: Adele
Episódio: Live Show 6 (4x24/25)
Tema: Latest & Greatest

4. Angel Tupai - "Happy"
Artista: Leona Lewis
Episódio: Live Show 1 (4x13/14)
Tema: Judges' Choice

3. Samantha Jade - "Heartless"
Artista: Kanye West
Episódio: Semi-Final (4x30/31)
Tema: Power & Passion

2. The Collective - "Domino"
Artista: Jessie J
Episódio: Live Show 1 (4x13/14)
Tema: Judges' Choice

1. Samantha Jade - "What You've Done to Me"
Artista: Composição original
Episódio: Grand Final (4x32/33)
Tema: Winner Single

Por fim, agradeço o sempre muito prestativo Davi Antunes, nosso colaborador mega cretino que está sempre presente nas coberturas dos realities musicais e quem acompanha as outras edições aqui no blog já devem saber quem é, que torceu e vibrou muito comigo a temporada inteira, a cada Bottom que Samantha Jade sobrevivia ou a cada semana que ela passava ilesa. (Além de semear o ódio à Bella Ferrado).

P.S.: O Davi queria que eu citasse a pior performance da temporada, mas não farei isso com os pobres tímpanos ou poluir esse texto-tributo lindo ao The X Factor Australia por causa de Nathaniel Willemse e a performance vergonhosa de "Love on Top". Beyoncé deve ter se revirado enquanto amamentava Blue Ivy. Com certeza. Duvida? Clique aqui e tire suas próprias conclusões.
P.S.: Não se esqueça mundo, de fazer com que o winner single, "What You've Done to Me", de Samantha Jade (para ouvir a versão de estúdio, clique aqui) chegue ao topo dos charts, pelo seguinte motivo, afinal, uma imagem vale mais do que mil palavras:
#vemnimimSammi

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