Tem gente que acha que eu gosto realmente de vir aqui, toda semana, e apresentar um texto expressando minha raiva, por estar desperdiçando meu tempo e minha paciência (e por que não dizer sanidade?). Mas eu realmente queria que Continuum vingasse e se tornasse tão boa quanto sua premissa prometia ser.
Desde a estreia me mantive convicto de que tudo daria certo e confiei nos produtores executivos para uma triste ilusão, infelizmente. Continuum não só adotou o seu lado procedural de ser que esqueceu, em todas as formas possíveis e não possíveis, que era uma série sobre viagem no tempo e a interferência no presente desses timetravellers.
E não ligo para procedurals. De fato, várias séries que eu amo adotam a fórmula pelo simples fato de ter a responsabilidade de te entreter pelos 40 minutos de episódio e nunca se superestimam em nenhuma hipótese. Não é o caso de Continuum. A série quer chegar a níveis que misturam a ficção científica com o policial, mas nem perto disso conseguiu.
O que vamos semanalmente é, na verdade, um amontoado de clichês, onde sabemos separar onde é policial da onde é científico. Talvez a série precisasse se espelhar, nem que minimamente, nos clássicos X Files e Fringe, onde a ciência e a investigação caminham lado-a-lado. Não digo para simplesmente abordar os temas destas séries, até porque suas temáticas são completamente diferentes, mas sim para adquirir para si e assumir um ponto onde a ficção científica e a investigação policial coincidam em um mesmo plano, misturando com a mitologia abordada pela série com os estratagemas da Liber8. É pedir muito? Pelo visto sim.
O problema piora quando a série decide apresentar um filler. Episódio que não serve para porra nenhuma para encher mais ainda a sua paciência, e que sem eles a história não mudaria em nada. E tirando seus 10 segundos finais, este não serve para absolutamente nada. Eles poderiam simplesmente jogar isso na nossa cara no vídeo introdutório do próximo episódio e pronto. Resolvido. Episódio eliminado.
O problema de apresentar um filler é ainda mais grave numa série que depende de 10 episódios para desenvolver sua trama. E essa é a questão. Continuum funcionaria muito melhor como um telefilme do que como uma série aberta. Serviria melhor até como minissérie do que como uma série aberta. Principalmente pelo fato dos produtores se mostrarem incompetentes ao ponto de não conseguirem desenvolver ou sustentar a série ao longo dos 10 episódios.
E só pra piorar um pouquinho mais, este é o segundo filler desnecessário, não que eu esteja contando - porque estou! -, pelo qual estamos passando. Ou seja, tem alguma coisa errada. Muito errada.
Agora sobre o episódio, vimos uma enrolação tremenda sobre um crime besta, sobre uma mulher que nunca ouvimos falar e que dormia com o Carlos e que acabou virando um grande passatempo pra Kiera, que usa de sua tecnologia para desvendar tudo.
De fato, o episódio até apresentou algo bacana como foi a reconstituição do crime através do satélite combinado com o AMC da Kiera, mas foi só. Ah, outra coisa que tem sido negligenciada em Continuum é a presença do Alec. O garoto faz-tudo de Kiera faz piadinhas e nos diverte em suas poucas aparições, mas ainda assim não conseguiram desenvolver o arco dele com a família.
De fato, o episódio até apresentou algo bacana como foi a reconstituição do crime através do satélite combinado com o AMC da Kiera, mas foi só. Ah, outra coisa que tem sido negligenciada em Continuum é a presença do Alec. O garoto faz-tudo de Kiera faz piadinhas e nos diverte em suas poucas aparições, mas ainda assim não conseguiram desenvolver o arco dele com a família.
E só para encerrar o texto, a série gosta de fazer piadinha em seus títulos de episódio com a palavra "time" (para os leitores dummies, "tempo" em português), então aqui vai a mais pura verdade: Assistir Continuum tem sido A Waste of Time.
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