quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

The Vampire Diaries - 04x08/09 - We’ll Always Have Bourbon Street / O Come, All Ye Faithful

Contando tijolos, contando histórias e mais flashbacks.

Com episódios recheados com explicações (?) de ligações alheias (?), morte aos híbridos avulsos e histórias sem propósito, acho que é hora de ligar o pisca-alerta e começar a encher de indignação os posts alheios ao nome de Julie Plec, a responsável pela descaracterização e criatura mor responsável por essa fase da série.

Aos desavisados, Kevin Williamson está dedicado plenamente à The Following (drama procedural policial para a Fox, estrelada por Kevin Bacon), fazendo com que sua parceira tenha total controle e responsabilidade sobre o que está acontecendo com a série.

Este episódio, mesmo sendo imensamente superior em qualidade comparado ao anterior, evidencia o principal problema da série: a exaltação do triângulo principal como arco central. Nunca que The Vampire Diaries foi sobre ser #TeamDelena ou ser sobre #TeamStelena.

Nunca The Vampire Diaries se apegou ao triângulo para sustentar alguma história. Mesmo que sempre temos que ver que as coisas são feitas por e para Elena. Comparando este ano com o anterior, é clara e nítida como água límpida, a superioridade em nível de roteiro e de desenvolvimento de história.

Naquela época, já havíamos conhecido a história dos Originais, sabíamos quais eram os planos de Klaus e como o arco central seria desenvolvido. E o que dizer sobre este ano? Bem, sabemos de quê exatamente?

A série que reinventou o termo “plot-twist” e dava mortais carpados na cara da sociedade semanalmente não nos alimenta do mesmo ritmo, e a culpa pelo crescimento do tom de descrença ao enredo é por parte da fragilidade e da cautela iminente em um roteiro plenamente fraco e nem um pouco ousado.

Ousadia. Palavra que falta em The Vampire Diaries desde a última temporada. É triste, de verdade, ver que a série se tornou... nisso. A começar, sim, com a história de ligação da Elena com o Damon, que causou o término com Stefan e a ladainha corriqueira.

Eu, sinceramente, tento entender e me apegar a esta história que tem sido permeada como o arco central da temporada, mas simplesmente não consigo. Tudo bem mostrarem reflexos da ligação com uma tal Charlotte perdida em New Orleans, entender toda a questão da força dessa ligação, mas o mais importante, entender que ela apenas existe por que Elena já nutria de sentimentos por Damon e coisas do tipo.

Por um lado, claro, fica a certeza (ou a quase certeza) de que esse lance da Elena não é apenas por causa da ligação. As suas emoções foram intensificadas com seu vampirismo e acho (e espero) que ela deva tentar provar que seus sentimentos são, no mínimo, verdadeiros.

Falando em Elena, quem diria que o outro Gilbert seria tão mais interessante que a nossa sempre muito carismática (oi?) protagonista? Jeremy é o personagem que mais cresceu nesta temporada. E isto é fato. Cada tentativa dele em querer e tentar matar a Elena é mais um motivo pra eu gostar mais ainda desse personagem.

Só que aí entramos em uma questão delicada. A reaproximação dele com a Bonnie. Entendo a utilidade da personagem de Kat Graham para a série, afinal, ela é a única bruxa dessa naba, mas ela não tem caráter e força pra sustentar mais o Jeremy como personagem (quem diria que eu falaria isso um dia).

Bonnie é uma personagem sim fundamental, porque ela é única, afinal, quem salvará a pele dos amiguinhos quando Elena estiver correndo risco de vida. Aliás, esse é outro ponto. Tudo em prol da Elena, pra felicidade da Elena, mas sequer perguntar se é isso que ela quer. Todos agem por ela, em nome dela, mas é isso mesmo que ela quer? É algo que realmente não faz sentido.

No meio desse tiroteio, temos Shane, história dos híbridos, Hayley e a busca pelas informações do pen-drive megaevil (e eu achando que isso era plot ruim e exclusivo de Revolution). E o pior, é isso o arco central. Regado a Klaus e a cura, são esses os temas que permearão até o final da temporada a série.

Lembro que lá no começo da temporada cheguei a dizer que este era o arco mais complexo de todos os quatro anos da série. E não estava enganado. Mas eu queria estar enganado. Porque isso também mostra a falta de segurança do roteiro em que joga tudo em um segundo plano e age sempre numa profunda ausência destes temas, com exceção ao último episódio exibido.

Parando para analisar, vimos uma preparação durante quase todos os outros episódios anteriores, uma explicação avulsa sobre uma pedra e um tal de Silas, para o que ocorreria neste episódio. Certo? Bom, eu achei que sim, afinal, temporada passada esse foi o marco em que tudo mudou, foi exatamente no nono episódio que Mikael morreu, foi quando vimos o “kaboom” épico da Katherine... Pois é, e antes de qualquer coisa, só estou exigindo o que eu sei que Vampire Diaries pode me dar. E eu ainda não vi isso essa temporada.

A morte dos 12 híbridos também é significativa. Afinal, temos a demonstração da realeza da série. Klaus em sua plena forma assassinando cruelmente todos eles. Melhor cena da temporada até aqui. E, sejamos sinceros, ele é o único personagem que passa ileso das alterações do roteiro. Klaus carrega a série em seu pior momento nas costas.

E por falar no principal Original, porque não falar sobre Rebekah. Eu realmente sinto falta do sotaque lindo, da beleza triunfante e do poder de sedução de Claire Holt, aguardava seu retorno e não sei bem o que esperar sobre o que está para acontecer com a moça, ainda mais para acabar com o mimimi eterno de April vagando pelas ruas de Mystic Falls falando “cadê Becca?”, “você viu Becca?”, “onde está Wall-e?”, “Scooby-Doo, cadê você meu filho?”... Pois é. Esse loop infinito de perguntas e a tal pulseira de verbena vão tirar essa quenga do escuro. Finalmente, já não suportava mais.

Tenho que prestar minhas condolências ao Tyler. O último Lockwood vivo. Bem, isso porque “a personagem que conhecemos desde a primeira temporada e que foi morta” era sua mãe. A prefeita avulsa que ninguém sentirá falta. Mas o que quero falar de Tyler é seu também crescimento, mas que não se deve por Hayley e seu arco ridículo.

O que vimos foi como ele conseguiu formar sua alcateia, ser um alpha e quem acompanha as histórias de lobisomens entende bem a importância para ele ter a sua própria matilha, mas Klaus acabou rapidinho com isso e estou curioso pra ver sua reação ao descobrir a morte de suas cadelinhas e de mamãe.

Por fim, espero de verdade que Shane cumpra o que a série tem tanto criado para ele. Quero ver nele um vilão grandioso e não esse passivo que caminha por trás de outros personagens e fique apenas na promessa. Chega de mimimi sobre mágica mais afrodescendente que a própria magia negra, quero ver ação... E não quero me decepcionar com a série... novamente.

P.S.: Desculpe-me pela demora com este texto, esperando que em 2013 tenhamos dias melhores para TVD (e pra mim também).

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