Lembra do que eu chamei de filler ano passado? Pois bem, esqueçam.
Lembro bem daquele episódio dedicado única e exclusivamente em sair em busca do filho da detetive Linden, Missing (1x11) parecia ter sido construído para ser apenas um episódio filler e desconexo com a série, mas preciso dizer o quanto eu estava errado.
Ele foi tão necessário para a construção da personagem de Mireille Enos que chegar aqui semanalmente e elogiar seu excelente trabalho nesta segunda temporada é pouco ao que ela tem feito com Sarah Linden. A personagem cresceu tanto que você consegue perceber e notar claramente a construção tridimensional da personagem.
Linden vai além de ser uma investigadora qualquer com um parceiro avulso como em séries investigativas enlatadas (sim, os procedurais), hoje você consegue perceber como ela se difere tanto das caracterizações caricatas e comuns que vemos na televisão. A construção da personagem tem sido genial e Veena Sud merece os aplausos depois de ser tão friamente xingada e criticada.
Aliás, a qualidade empregada neste episódio de The Killing foi sensacional. Utilizou um excelente recurso feito em Awake, a conversa do protagonista com os psicólogos, e simplesmente explicou sobre o que aconteceu com Linden no passado, como pode ter criado a válvula de escapatória para uma terceira temporada.
A investigação do caso anterior a qual Sarah Linden ainda não conseguiu resolver pode ser o bom fio condutor como enredo para uma eventual próxima temporada. A crueldade do crime e de suas circunstâncias foram muito bem passadas para a tela por Mireille Enos e seria muito bom ver isto se desenvolver, agora com sua personagem tendo Holder a seu lado.
Talvez justifique a sua internação na primeira vez que ocorreu. Ela estava totalmente obcecada em encontrar a verdade que acabou pirando de vez, mas isto é totalmente diferente para este caso. Aliás, o caso Rosie Larsen deixado um pouquinho em segundo plano para tratar apenas de Sarah foi precioso e muito bom, aliás, faz tempo que o caso em si não é tão mais importante para o desenvolvimento central da série.
Outro excelente momento foi a "despedida" de Stan com uma ligação para a Rosie. Brent Saxon conseguiu incorporar toda a dramacidade da cena e transmitir a mensagem do roteiro de forma precisa e meticulosa. Em outras palavras, tenho de chegar a conclusão que este foi um episódio perfeito para o Emmy e para as considerações da crítica. Tanto Enos quanto Saxon foram perfeitos, não preciso dizer mais nada.
Voltando a falar de Stan, achei fofo e uma escapatória muito boa ao trazer o cachorro para a família, muito bom para dar um tempo no meio de tantas desgraças. Assim como o momento em que ele conserta a lâmpada de Ahmed, como um pedido de desculpas para o que aconteceu no passado.
Agora, este episódio foi precioso para trazer Linden de volta para o jogo e para colocar o seu chefe do lado certo. Com as pistas acumuladas por Holder e a construção do caso sendo algo mais conspiratório tem feito desta série investigativa mais instigante e interessante. Uma solução rápida estava definitivamente fora de cogitação e agradeço à AMC por ter dado a oportunidade de The Killing mostrar todo o seu potencial.
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