domingo, 2 de setembro de 2012

Doctor Who - 07x01 - Asylum of the Daleks (Season Premiere)


Gerônimo.

Finalmente a espera acabou, ainda mais depois do que foi mostrado no final da temporada anterior. Steven Moffat simplesmente destruiu toda a sexta temporada com um roteiro fraco, previsível e muito ruim em “The Wedding of River Song”. Toda a história com River Song e a saída patética tomada no arco construído no “The Impossible Astronaut” foi decepcionante e esse será o dilema com que a sétima temporada da maior e melhor série de todos os tempos terá que lidar.

Steven Moffat é um gênio dos episódios soltos das quatro temporadas iniciais, a quinta temporada foi satisfatória, mesmo abaixo dos padrões que vínhamos acompanhando na “Era T. Davies”, mas ele se perdeu com o desenvolvimento da sexta temporada que a grande dúvida era: “o que será desta temporada?”.

Lançando a pergunta que todos se questionam a quase 50 anos, “Doctor who?” será o arco a ser contado e “Asylum of the Daleks” foi só o primeiro ato de uma potencial história a se desenrolar. Como vi muitos falando e que concordo em todas as palavras, este episódio conseguiu ser melhor e superior a toda sexta temporada.

A utilização dos websódios de Pond Life, que nos introduziram a situação atual dos Pond, foi uma saída bacana para nos situar ao contexto em que o episódio iniciaria e serviria como ponte principal para os temas tratados sobre ele e o que fizeram dele em ser um episódio fenomenal mais ainda.

O episódio inicia com Amy assinando os papeis de divórcio e, assim como o Doctor, sendo capturados por Daleks em forma humana (achei aquilo tão cylon (Battlestar Galactica), mas muito bem-feito e bem-idealizado com toda a história de conversão, tipo Cyberman, só que não) e sendo levados ao Parlamento Dalek, com uma proposta para “salvá-los” do que estaria no planeta abaixo: Daleks que nem mesmo os Daleks conseguem controlar.

Na “reunião” entre Doctor, Amy e Rory no Parlamento com todos aqueles milhões de Daleks naquela espaçonave sendo interrompida por uma música clássica foi divertido, mas o choque mesmo é ver que a interferência era causada pela aparição de uma personagem de Jenna Louise-Coleman, a anunciada próxima companion, Clara, que supostamente conheceríamos apenas no episódio de Natal.

Uma coisa recorrente em Doctor Who é a utilização de mesmos atores para fazer personagens diferentes, Freema Agyeman (que se mudou pra CW e decidiu fazer série teen em 2013) é só um exemplo, que além de ter vivido a Martha, foi a técnica da Torchwood One no episódio “Army of Ghosts” antes mesmo de viver a Martha Jones.

O grande mote de ver Jenna como outra personagem é praticamente um preview do seu trabalho, é divertido e faz parte de toda essa bolha timey-wimey que a série sabe trabalhar. Ou não, às vezes tem conexão da trama e se tratando de Moffat tudo é absolutamente possível. Aliás, deu pra perceber o quanto a menina Jenna é boa, em todos os sentidos sobre a colocação dessa frase.

Imagine o Doctor ser atirado em um planeta completo de Daleks hostis e totalmente desconhecido sendo conduzido por muitas vezes por uma voz chamada Oswin (Jenna Louise-Coleman), ou como o Doc preferia chamar, a garota do suflê, tendo que desarmar um campo de força e, assim que feito, ser explodido por todos aqueles outros Daleks que estavam na nave. Tarefa fácil, imagina.

Para não serem convertidos em Daleks por conta da atmosfera do planeta, tanto Doc quanto Amy e Rory estavam com um bracelete que deixava a atmosfera inofensiva, mas numa daquelas fugas em cenas divertidas, ágeis e com bastante ação, Amy perde a sua e começa a partir daqui a história que simplesmente permeia o recomeço da relação romântica entre Amy e Rory.

Aliás, cena linda com diálogos bem conduzidos e que soube dosar o nível dramático utilizando de recursos que a própria série construiu em suas temporadas anteriores. Outra máxima utilizada em Doctor Who com maestria: a constante auto-referência.

A saída do roteiro para cada storyline aberta nesse episódio é de um cuidado genial, completamente o oposto da temporada anterior como um todo. É brilhante ver Daleks de guerras batalhadas contra o Doc e os Time Lords há eras, ao mesmo tempo em que tinha a situação da Oswin a ser resgatada, mas que seria impossível, já que ela foi totalmente convertida a um Dalek, a fuga até a TARDIS providencialmente parada no centro do Parlamento dos Daleks, a Oswin deletando todos os arquivos do “Predator” dos arquivos dos Daleks e fazendo com que todos eles se esquecessem do Doctor e de tudo que ele fez, a cena romântica e emocionante da Amy e do Rory no meio tempo. Enfim, indescritível o que foi feito neste episódio.

O grande lance deixado e será a pergunta que conduzirá a temporada é justamente a pergunta que as pessoas fazem a quase 50 anos: "Doctor who?", e a cena com todos os Daleks questionando é só o começo, eu espero, de outras cenas geniais quanto essa.

Agora, o que Steven Moffat andou preparando para nos mostrar é um mistério. O que será de Amy e Rory quando a hora de disser adeus chegar? Como Clara será introduzida no contexto da série? Como Moffat cagará nesta temporada? Enfim, respostas que iremos conhecendo aos poucos no decorrer desta temporada.

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