Gerônimo.
Finalmente a espera
acabou, ainda mais depois do que foi mostrado no final da temporada anterior.
Steven Moffat simplesmente destruiu toda a sexta temporada com um roteiro
fraco, previsível e muito ruim em “The
Wedding of River Song”. Toda a história com River Song e a saída patética
tomada no arco construído no “The
Impossible Astronaut” foi decepcionante e esse será o dilema com que a
sétima temporada da maior e melhor série de todos os tempos terá que lidar.
Steven Moffat é um
gênio dos episódios soltos das quatro temporadas iniciais, a quinta temporada
foi satisfatória, mesmo abaixo dos padrões que vínhamos acompanhando na “Era T.
Davies”, mas ele se perdeu com o desenvolvimento da sexta temporada que a
grande dúvida era: “o que será desta temporada?”.
Lançando a pergunta
que todos se questionam a quase 50 anos, “Doctor
who?” será o arco a ser contado e “Asylum
of the Daleks” foi só o primeiro ato de uma potencial história a se
desenrolar. Como vi muitos falando e que concordo em todas as palavras, este
episódio conseguiu ser melhor e superior a toda sexta temporada.
A utilização dos
websódios de Pond Life, que nos
introduziram a situação atual dos Pond, foi uma saída bacana para nos situar ao
contexto em que o episódio iniciaria e serviria como ponte principal para os
temas tratados sobre ele e o que fizeram dele em ser um episódio fenomenal mais
ainda.
O episódio inicia
com Amy assinando os papeis de divórcio e, assim como o Doctor, sendo
capturados por Daleks em forma humana (achei aquilo tão cylon (Battlestar Galactica), mas muito
bem-feito e bem-idealizado com toda a história de conversão, tipo Cyberman, só
que não) e sendo levados ao Parlamento Dalek, com uma proposta para “salvá-los”
do que estaria no planeta abaixo: Daleks que nem mesmo os Daleks conseguem
controlar.
Na “reunião” entre
Doctor, Amy e Rory no Parlamento com todos aqueles milhões de Daleks naquela
espaçonave sendo interrompida por uma música clássica foi divertido, mas o
choque mesmo é ver que a interferência era causada pela aparição de uma
personagem de Jenna Louise-Coleman, a anunciada próxima companion, Clara, que
supostamente conheceríamos apenas no episódio de Natal.
Uma coisa
recorrente em Doctor Who é a
utilização de mesmos atores para fazer personagens diferentes, Freema Agyeman
(que se mudou pra CW e decidiu fazer série teen em 2013) é só um exemplo, que
além de ter vivido a Martha, foi a técnica da Torchwood One no episódio “Army of Ghosts” antes mesmo de viver a
Martha Jones.
O grande mote de
ver Jenna como outra personagem é praticamente um preview do seu trabalho, é
divertido e faz parte de toda essa bolha timey-wimey que a série sabe
trabalhar. Ou não, às vezes tem conexão da trama e se tratando de Moffat tudo é
absolutamente possível. Aliás, deu pra perceber o quanto a menina Jenna é boa,
em todos os sentidos sobre a colocação dessa frase.
Imagine o Doctor
ser atirado em um planeta completo de Daleks hostis e totalmente desconhecido
sendo conduzido por muitas vezes por uma voz chamada Oswin (Jenna
Louise-Coleman), ou como o Doc preferia chamar, a garota do suflê, tendo que
desarmar um campo de força e, assim que feito, ser explodido por todos aqueles
outros Daleks que estavam na nave. Tarefa fácil, imagina.
Para não serem
convertidos em Daleks por conta da atmosfera do planeta, tanto Doc quanto Amy e
Rory estavam com um bracelete que deixava a atmosfera inofensiva, mas numa
daquelas fugas em cenas divertidas, ágeis e com bastante ação, Amy perde a sua
e começa a partir daqui a história que simplesmente permeia o recomeço da
relação romântica entre Amy e Rory.
Aliás, cena linda
com diálogos bem conduzidos e que soube dosar o nível dramático utilizando de
recursos que a própria série construiu em suas temporadas anteriores. Outra
máxima utilizada em Doctor Who com
maestria: a constante auto-referência.
A saída do roteiro
para cada storyline aberta nesse episódio é de um cuidado genial, completamente
o oposto da temporada anterior como um todo. É brilhante ver Daleks de guerras
batalhadas contra o Doc e os Time Lords há eras, ao mesmo tempo em que tinha a
situação da Oswin a ser resgatada, mas que seria impossível, já que ela foi
totalmente convertida a um Dalek, a fuga até a TARDIS providencialmente parada
no centro do Parlamento dos Daleks, a Oswin deletando todos os arquivos do
“Predator” dos arquivos dos Daleks e fazendo com que todos eles se esquecessem
do Doctor e de tudo que ele fez, a cena romântica e emocionante da Amy e do
Rory no meio tempo. Enfim, indescritível o que foi feito neste episódio.
O grande lance deixado e será a pergunta que conduzirá a temporada é justamente a pergunta que as pessoas fazem a quase 50 anos: "Doctor who?", e a cena com todos os Daleks questionando é só o começo, eu espero, de outras cenas geniais quanto essa.
Agora, o que Steven
Moffat andou preparando para nos mostrar é um mistério. O que será de Amy e
Rory quando a hora de disser adeus chegar? Como Clara será introduzida no
contexto da série? Como Moffat cagará nesta temporada? Enfim, respostas
que iremos conhecendo aos poucos no decorrer desta temporada.
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