segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Elementary - 01x01 - Pilot (Preview)


Quando você não conseguir deduzir qualquer coisa... Joga no Google.

Como fazer de uma série que tenta trazer elementos diferentes a um grande clássico e, ao mesmo tempo, tentar manter-se o mínimo fiel ao original? Esse é um dilema que toda série adaptativa precisa enfrentar, mas será que no caso de Elementary isso funcionou?

Elementary é a aposta da CBS como um dos principais projetos para esta Fall Season, começou inicialmente como a tentativa de adaptação de Sherlock (BBC), mas que foi impedida pela emissora britânica. Visto isso (e em como a CBS nos EUA é o equivalente a Globo no Brasil), a “emissora do olho” (não Band, não é você) decidiu simplesmente maquiar alguns elementos e criar a sua própria versão para os clássicos de Sir Arthur Conan Doyle.

A proposta da CBS é trazer o Sherlock Holmes para Nova Iorque e mudar John Watson por Joan Watson, ninguém ia notar que o primeiro tem um pênis de diferença, creio que foi isso que eles pensaram.

Um problema neste instante ao “trocarem” o sexo do Watson (muito mais para não sofrerem nenhum processo da BBC), a série acabou criando uma barreira muito grande que é um dos pontos positivos do que é mostrado em Sherlock, lá nós vemos a interação de dois grandes amigos, aqui estamos certos de que essa interação será completamente diferente.

Em Elementary, começamos com Sherlock Holmes (Johnny Lee Miller), ex-consultor investigativo da Scotland Yard (a polícia britânica) que se mudou para Nova Iorque para se tratar com problemas narcóticos. Por conta disso, seu pai acaba por contratando a ex-cirurgiã Joan Watson (Lucy Liu), para servir de companheira e tutora no processo de reabilitação do Sherlock durante seus dois primeiros dias fora da clínica.

O piloto se utiliza de um caso fraco, com estruturas investigativas simples e nada de criativo por parte da produção da série, que opta por resoluções rápidas e previsíveis, onde até mesmo o telespectador americano médio (leia-se: “os burros desalmados e inúteis que só assistem CSI ou NCIS”) conseguiria resolver com o fechar dos olhos.

A série também fez uso de um clichê tão tosco para resolver o enigma que só me fez sentir repulsas, comparado ao brilhantismo transmitido por Benedict Cumberbatch e Martin Freeman na série britânica, com Watson derrubando um arquivo completamente sem querer e desvendando todo o mistério do episódio.

De fato Elementary também tem seus pontos positivos. Johnny Lee Miller consegue incorporar bem o personagem, mesmo me lembrando muito das feições dos protagonistas de The Mentalist e de Perception. Uma surpresa positiva pra mim, pelo menos, foi que Watson sendo uma mulher não atrapalhou o desenvolvimento do relacionamento, neste ponto, entre ela e Sherlock. Lucy Liu é boa atriz, inegável, e consegue bem sustentar a personagem.

Uma coisa que eu também percebi é em como a residência do Sherlock em Nova Iorque lembra a utilizada em Sherlock, aquela mesma escada e algumas das tomadas foram similares em absolutamente todos os pontos.

Senti falta também de referências a obra literária, acho que o costume de ver que na série britânica vemos adaptações de cada conto tenha atrapalhado um pouco na minha percepção e eu ter me incomodado com a falta das referências.

A série apresentou uns pontos cômicos com tiradas rápidas, mas nada de genial ou que te faça morrer de rir, mas o suficiente para te descontrair nas cenas longuíssimas de diálogo entre Holmes e Watson.

Fazendo um balanço como um todo do que foi apresentado, Elementary tem bons elementos, precisa acertar obviamente alguns pontos e precisa de casos que realmente empolguem e façam aquele mesmo “americano médio” pensar, coisa que provavelmente não fará com este caso apresentado.

Eu darei mais uma chance de Elementary me conquistar e tentar apagar essa má impressão que me foi deixada, só espero não me arrepender profundamente daqui alguns meses. A série estreia oficialmente pela CBS dia 27 de setembro.

P.S.: Esse uso recorrente da palavra “companion” foi uma baita sambada disfarçada na cara do Moffat, os espectadores de Doctor Who entenderão.

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