Quando você não
conseguir deduzir qualquer coisa... Joga no Google.
Como fazer de uma
série que tenta trazer elementos diferentes a um grande clássico e, ao mesmo
tempo, tentar manter-se o mínimo fiel ao original? Esse é um dilema que toda
série adaptativa precisa enfrentar, mas será que no caso de Elementary isso funcionou?
Elementary é a aposta da CBS como um dos principais projetos para esta Fall
Season, começou inicialmente como a tentativa de adaptação de Sherlock (BBC), mas que foi impedida
pela emissora britânica. Visto isso (e em como a CBS nos EUA é o equivalente a
Globo no Brasil), a “emissora do olho” (não Band, não é você) decidiu
simplesmente maquiar alguns elementos e criar a sua própria versão para os
clássicos de Sir Arthur Conan Doyle.
A proposta da CBS é
trazer o Sherlock Holmes para Nova Iorque e mudar John Watson por Joan Watson,
ninguém ia notar que o primeiro tem um pênis de diferença, creio que foi isso
que eles pensaram.
Um problema neste
instante ao “trocarem” o sexo do Watson (muito mais para não sofrerem nenhum
processo da BBC), a série acabou criando uma barreira muito grande que é um dos
pontos positivos do que é mostrado em Sherlock,
lá nós vemos a interação de dois grandes amigos, aqui estamos certos de que
essa interação será completamente diferente.
Em Elementary, começamos com Sherlock
Holmes (Johnny Lee Miller), ex-consultor investigativo da Scotland Yard (a
polícia britânica) que se mudou para Nova Iorque para se tratar com problemas
narcóticos. Por conta disso, seu pai acaba por contratando a ex-cirurgiã Joan
Watson (Lucy Liu), para servir de companheira e tutora no processo de
reabilitação do Sherlock durante seus dois primeiros dias fora da clínica.
O piloto se utiliza
de um caso fraco, com estruturas investigativas simples e nada de criativo por
parte da produção da série, que opta por resoluções rápidas e previsíveis, onde
até mesmo o telespectador americano médio (leia-se: “os burros desalmados e
inúteis que só assistem CSI ou NCIS”) conseguiria resolver com o fechar
dos olhos.
A série também fez
uso de um clichê tão tosco para resolver o enigma que só me fez sentir
repulsas, comparado ao brilhantismo transmitido por Benedict Cumberbatch e
Martin Freeman na série britânica, com Watson derrubando um arquivo
completamente sem querer e desvendando todo o mistério do episódio.
De fato Elementary também tem seus pontos
positivos. Johnny Lee Miller consegue incorporar bem o personagem, mesmo me
lembrando muito das feições dos protagonistas de The Mentalist e de Perception.
Uma surpresa positiva pra mim, pelo menos, foi que Watson sendo uma mulher não
atrapalhou o desenvolvimento do relacionamento, neste ponto, entre ela e
Sherlock. Lucy Liu é boa atriz, inegável, e consegue bem sustentar a
personagem.
Uma coisa que eu
também percebi é em como a residência do Sherlock em Nova Iorque lembra a
utilizada em Sherlock, aquela mesma
escada e algumas das tomadas foram similares em absolutamente todos os pontos.
Senti falta também
de referências a obra literária, acho que o costume de ver que na série
britânica vemos adaptações de cada conto tenha atrapalhado um pouco na minha
percepção e eu ter me incomodado com a falta das referências.
A série apresentou
uns pontos cômicos com tiradas rápidas, mas nada de genial ou que te faça
morrer de rir, mas o suficiente para te descontrair nas cenas longuíssimas de
diálogo entre Holmes e Watson.
Fazendo um balanço
como um todo do que foi apresentado, Elementary
tem bons elementos, precisa acertar obviamente alguns pontos e precisa de casos
que realmente empolguem e façam aquele mesmo “americano médio” pensar, coisa
que provavelmente não fará com este caso apresentado.
Eu darei mais uma
chance de Elementary me conquistar e
tentar apagar essa má impressão que me foi deixada, só espero não me arrepender
profundamente daqui alguns meses. A série estreia oficialmente pela CBS dia 27 de setembro.
P.S.: Esse uso
recorrente da palavra “companion” foi
uma baita sambada disfarçada na cara do Moffat, os espectadores de Doctor Who entenderão.
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