O que esperar quando você não está esperando?
Vamos analisar os fatos e sermos bastante realistas, o que achar de um episódio em que você já fica com os dois pés atrás e não espera absolutamente nada? É uma pergunta que pode ser levado a um lado positivo, pela série não ficar com o paradigma de ter que lhe surpreender. Em contrapartida, eu também não tenho nenhum senso de parâmetro pra avaliar com precisão o que achei do piloto de Revolution.
Proposta da NBC e assinada por Eric Kripke (Supernatural) com produção executiva do mito onipresente J.J. Abrams (Lost, Fringe, Alias, Felicity e outra caralhada de séries flopadas), a série traz um mundo pós-apocalíptico que qualquer semelhança com Terra Nova não é mera coincidência.
Aliás, Terra Nova é praticamente a série a ser comparada com Revolution, pelo menos em seu piloto bem produzido e com uma história inicial que não fedia e nem cheirava, cheia de mistérios e enigmas que ninguém entende e espera que algum dia vá entender. Ou não.
Curiosamente, o piloto de Revolution me deixou a mesma sensação do piloto de Terra Nova me deixou na temporada passada. Ele não chega a me instigar e sair correndo dizendo "melhor série EVER", mas tampouco me deixou infeliz ou descontente com o que estava vendo. Ao todo, pode-se considerar que Revolution cumpre o papel sob vista do entretenimento barato e terá o dever de tentar conquistar a minha confiança com o decorrer de seu arco principal.
Claro que alguns exageros me incomodaram em certos pontos e a agilidade utilizada em alguns pontos me deixou com a sensação de vazio, mas a série não conseguiu me entediar, o que já é um feito que Elementary (CBS) não conseguiu.
A série começa com uma passagem anterior ao blackout, que foi mostrada nas promos e não era nenhuma novidade para quem viu o material promocional. Absolutamente nada é explicado e o que vemos é apenas um tal de Ben tentando ligar pro irmão dizendo "está acontecendo" e querendo que você compre, a partir daí, a história proposta. O que vemos antes é ele fazendo um backup num pendrive esquisito e, de repente, tudo já aconteceu e estamos vinte anos após os acontecimentos, com uma vilinha típica de Terra Nova e sem nenhum tipo de energia no planeta.
Depois disso, e muitas tomadas de cidades desérticas e consumidas pela selvageria alheia, fomos sendo introduzidos a nova realidade da terra na tal vilinha citada acima com uma visão sobre quem deverá segurar a série como protagonista. Charlie (Tracy Spiridakos) é muito boa (se é que você me entende, nos quesitos dispensáveis para uma excelente atriz), mas consegue ser tão insossa que sequer ficar preocupado com ela você fica.
Charlie é a menina filha do tal tiozinho que salvou o arquivo do blackout num pendrive megaevil e que parece ter informações privilegiadas a respeito do que teria acontecido, e a interação com o irmão, Danny (Graham Rogers), no começo é tão ruim que isso você deleta do episódio, por favor.
A cena que introduz você ao contexto atual é rápida e se não prestar devida atenção você se perde quando aparece uma milícia atrás do tiozinho do pendrive megaevil, mas como o filho que, além de péssimo ator, fode tudo, o tiozinho do pendrive megaevil morre e como Capitão Neville (Giancarlo Esposito) é muito bonzinho, levou o moleque do tipo "é o que tem pra hoje".
Como a irmã é muito feliz e ouve de seu pai em seu último suspiro que ela deveria ir atrás de titio, sai alucinada com madrasta, Maggie (Anna Lise Phillips), e amigo nerd do papai, Aaron (Zak Orth), a tiracolo pra tentar saber como vai prosseguir a vida. Profundo, não?
A cena no matinho com a menina encontrando um cara avulso com um arco e flechas na mão e sabendo da existência de uma milícia é sinônimo de que você deduz e espera por uma cagada adiante, sim, claro ou com certeza? O fator previsibilidade também não foi legal nesse piloto. A apresentação do tio Miles (Billy Burke), também muito ágil, e a sequência alucinada de ação foram boas, um pouco exageradas, é verdade, mas divertidíssima.
É claro que a série precisa acertar alguns pontos e saber trabalhar o seu futuro para que não se torne uma Terra Nova. Revolution tem um bom potencial para hit, como também para uma bomba gigantesca, o próximo episódio será fundamental para concretizar minha posição sobre o que vi, portanto, acho que terei que esperar até para me decidir definitivamente.
P.S.: Amei a personagem Maggie e sua "vodca batizada", assim como o fato do Aaron ter sido um executivo da Google, genial.
P.S.: Revolution estreia oficialmente dia 17 de setembro pela NBC.
P.S.: Revolution estreia oficialmente dia 17 de setembro pela NBC.
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