Muita testosterona para pouco talento.
Com uma estratégia de multiplicar o desastre dramático da Hollywood Week, eis que titio Nigel Lythgoe teve a brilhante ideia de dividir homens de mulheres. Pois é, nestas três primeiras horas de Hollywood Week da décima segunda temporada do American Idol, apenas homens buscariam uma vaguinha ao sol na próxima fase da competição, tendo de enfrentar os três temidos rounds desta etapa: acapella round, group round e, por fim, solo round.
Por uma tentativa de otimizar o texto buscando colocar aqui o que vimos de melhor, dividirei o texto em três blocos (um para cada etapa da Hollywood Week) e virei com as devidas críticas usuais de sempre. Nesta semana, o grande destaque não ficou no palco do programa, mas sim na mesa dos jurados (e não foi o copo de Coca-Cola da Mariah Carey): Nicki Minaj, como sempre.
ACAPELLA ROUND
Neste round, para os tripulantes de primeira viagem neste Titanic chamado Idol, separados em grupos, cada candidato cantará em frente aos jurados uma canção a sua escolha, acapella, ou seja, sem o auxílio da banda ou de qualquer instrumento musical, apenas ele e um microfone, demonstrando toda a sua potência e extensão vocal.
Nesta fase, que na verdade por questão de tempo acaba sendo sempre mais curta em relação a exibição, o destaque acaba ficando para os favoritos da edição: Lazaro Arbos, Frankie Ford, Curtis Finch Jr e Micah Johnson, porém, quem acaba levando os holofotes para si é Cortez Shaw.
Cortez se apresenta cantando "I Will Always Love You", sendo possuído por um espírito diva e tendo mais oversinging do que uma apresentação da Mariah Carey em versão hardcore level master de gritaria. E aí eu concordo com a crítica de Nicki Minaj, que acha que o rapaz exagerou, mas como foi uma maravilha para os outros jurados, Cortez foi mantido na competição, assim como meu favorito Nate Tao e outros, como Gabe Brown e Gurpreet "The Turbinator" Singh Sarin.
Entretanto, já nesta fase vimos algumas figurinhas carimbadas nas reviews de audições serem mandados para o espaço, como a dupla O Doutor & A Mangueira do Bombeiro, o Dr. Calvin Peters e o Dustin Watts, além do irônico Karl Skinner, citado no último texto.
GROUP ROUND
A hora em que os homens viram franguinhos e tremem na base. Nesta fase, é hora de pequenos grupos combinarem suas forças e se apresentarem cantando uma música pré-selecionada de uma lista dada pela produção juntamente com a banda ou, em casos raríssimos, usando apenas o gogó em versões acapella (e Pitch Perfect mandou um beijo). Pois é, e eles que acharam que iriam formar grupos com seus amiguxos do coração... Se ferraram. Mais um twist patrocinado por Nigel Lythgoe, o produtor troll desta naba chamada American Idol: Os grupos seriam formados pela produção. Eu ri, afinal, nada de panelinhas entre amiguinhos ou candidatos overrated.
O group round é uma fase que eu realmente aprecio na Hollywood Week, na verdade, é tanto drama que chega a ser divertido ver as pessoas sofrendo. Aliás, no group round é onde temos as grandes surpresas da temporada. Como aquele grupo sensacional liderado pela Pia Toscano há dois anos cantando "Grenade" é apenas um, entre vários exemplos, do que essa fase pode nos apresentar.
VÍDEO | Pia Toscano, Alessandra Guerico & Brielle Von Hugel - "Grenade"
Neste ano também temos algumas surpresas, a começar logo com o primeiro grupo a se apresentar - e, por ironia do destino, é um grupo de Matheus Fernandes. Cantando "Somebody to Love", da banda Queen, Matheus, junto de Nick Boddington (que ganhou minha torcida definitivamente, agora sou #TeamBodding, via Nicki Minaj), Gabe Brown e Mathenne Treco surpreenderam. Teve alguns problemas nos falsetes complicadíssimos da canção, mas foi, ao todo, muito bacana.
Bacana eu não posso dizer de outros desastres, como o grupo do favorito e repetente Johnny Keyser e de um dos grandes favoritos (e com perfil de Idol), Paul Jolley, mas que o mantiveram no programa por um milagre chamado... Sei lá, eu juro que não sei, porque foi uma grande merda. Os dois. Não só os dois, mas sim seus grupos e outros que também se apresentaram.
Esta rodada também foi crucial pra mim para chegar a conclusão de que eu não suporto e realmente não aguento ver Curtis Finch Jr. e sua arrogância na minha TV. Em seu grupo, Charlie Askew ficou doente e ele (Curtis) agiu de forma prepotente e completamente desnecessária falando que passaria por cima de todos para ser o novo ídolo americano, e assim o fez, cortando o Charlie em diversos momentos da apresentação em grupo.
Por fim, vamos falar de dramão. Carga dramática, a gente vê por aqui. Fechar essa fase sem falar do bafão causado pelo grupo final seria injusto. O grupo denominado Oz subiu ao palco com a brilhante ideia de cantar "American Boy", da Estelle, mais um grande favorito caiu e se perdeu. O cantor do metrô de Nova Iorque, Frankie Ford, fez escândalo, esqueceu a letra e foi eliminado. Única coisa boa disso é que vimos Charles Allen humilhando a concorrência com vocais perfeitos. Por favor, produção, mais de Charles pra mim, obrigado.
SOLO ROUND
Última etapa da Hollywood Week para os rapazes e foi aqui onde quem mais brilhou foi uma mulher: a Inês Brasil, quer dizer, a Nicki Minaj. A cantora dos hits "Super Bass", "Starships" e "Va Va Voom" humilhou com uma franqueza nunca antes vista nesta bancada de jurados. Ela estava pouco se fudendo se seria visto como arrogante (coisa que Jennifer Lopez temia nos dois anos anteriores), ela jogou algumas verdades nas caras alheias e que merecem ser enaltecidas aqui.
Começamos com Paul Jolley. Por mais que sua versão de "Blown Away" não seja uma completa bomba (ele é bem afinadinho e acerta as notas mais longas), ele comete um dos maiores erros desta fase: entra no palco, pega o microfone e a primeira coisa que diz é que está nervoso. Cara, na indústria ninguém vai ser bonzinho e falar "ah, tadinho, quer um copo d'água?". Muito pelo contrário, eles vão te atropelar e te comer vivo. O comentário de Minaj é forte: "você subiu derrotado, você deveria demonstrar um pouco mais de profissionalismo". E alguém ainda tem dúvidas do porquê de Minaj ser a melhor jurada da edição?
Outro que também explodiu com comentários duros foi o brasileiro Matheus Fernandes. E neste, eu confesso, eu aplaudi Minaj com muito orgulho desta mulher. Ela enxerga coisas que o americano médio não vê. Matheus aprendeu, como disse no texto anterior, a fazer drama. Americano ama um drama. Ele queria se sustentar na sua história triste, mas Minaj não lhe deu IBOPE. Pelo contrário, ela chamou o rapaz de pedante na televisão. Palmas, de pé, por favor.
Por fim, nessa linha dura de "choque de realidade", patrocinado pelo traseiro gigantesco de Nicki Minaj, temos Papa Peachez. Nicki foi quem esteve lá por Papa, foi ela quem patrocinou sua ida e sua estadia em Hollywood até esta fase, e foi a própria que lhe deu logo o corte. "Por que ele escolheu essa música?", Minaj se perguntava ao ouvi-lo cantar "The Edge of Glory", e encerra qualquer chance dele com "você era único, mas sua chama agora se apagou".
Mudando um pouco da linha de comentários duros, vamos falar de coisa boa. Mas não, não será sobre a Top Therm que falaremos por aqui. Os destaques desta rodada, a começar com aquele que virou meu favorito, Nick Boddington (#TeamBodding negads). Ele cantou "Stars" e foi, de longe, a performance mais sólida, mais forte e com maior impacto vocal entre todos os homens. E isso sem parecer uma diva louca, como foi Lazaro Arbos, por exemplo.
Outro que ganha destaque é Charlie Askew. Depois de passar pela fase de grupos, ele foi ao palco com a maior Idol quality desta fase. Cantando "Somebody I Used to Know" em um tom bastante similar ao Gotye, ele conquistou os jurados pela sua introdução e pelo seu diálogo com Minaj. Interagiu com Nicki, deu certo, já é sucesso!
Quero deixar registrado aqui alguns outros nomes, aprovados e que me surpreenderam: Devin Velez, mesmo achando que ele semitonou algumas notas e cantou de uma forma meio esquisita; Burnell Taylor, afinal, ele é Um Maluco no Pedaço no meio do American Idol; e Jimmy Smith, fiquei pasmo com a qualidade da versão dele de "Landslide".
Por fim, os reprovados: Gabe Brown, Nate Tao (como assim eliminam esse homem e sequer dão uma explicação?), Sanni M’mairura, Micah Johnson, Nicholas Mathis, dentre outros. Semana que vem é o dia das garotas tentarem impressionar os jurados. Será que elas conseguirão? (Claro que irão, com esse nível de concorrência, está fácil).
P.S.: Pra quem acompanha todos os textos, sabe bem quem é minha jurada preferida na temporada, e não vou negar que fica cada vez mais difícil não gostar da Nicki Minaj. Quero ver a franqueza dela com as garotas também na semana que vem.
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