O assassino “mora” ao lado.
Agora é um caminho sem volta. Finalmente nossos detetives estão bastante
próximos para revelar o segredo que muita gente tem esperado atentamente desde
seu piloto. A construção da série para abordar o assassino de Rosie Larsen por
muitas vezes foi acompanhada por marasmo e pistas falsas, mas verdade seja
dita, foi estes momentos foram preciosos para a construção interna de cada um
dos personagens.
Eu vou ser bastante sincero, faz tempo que me esqueci do caso de Rosie.
Pouco andava me importando saber quem matou a garota e este é o grande mérito
da temporada. A preocupação com os protagonistas é tão grande entre nós
telespectadores que ainda dói ver as ligações perdidas de Jack para a mãe e ver
que Linden ainda precisa descobrir e resolver o caso.
Aliás, a interação entre Holder e Linden é tão bacana que você prefere
vê-la em tela ao ficar buscando por pistas que você sabe que serão inseridas de
forma bastante rasa durante os episódios.
Porém, o mérito deste específico episódio foi fazer toda a vontade
guardada para descobrir quem matou Rosie Larsen de volta. Analisando por fora é
nítido e bem claro que poucas coisas reveladoras foram encontradas ou exibidas.
Nós já conhecíamos a existência do cartão de acesso, bem como a barra básica de
tentativa de suicídio de Richmond, mas o seu desenvolvimento a partir disto foi
muito bom.
Sim. Este episódio de The Killing
foi excelente, assim como toda a sua segunda temporada tem sido. Ele conseguiu
traçar e amarrar perfeitamente as pontas deixadas ao longo da temporada e
encaminhar bem para o final de temporada que será dividido em duas partes.
O grande twist, que serviu como cliffhanger para a finale, foi ver que o
cartão de acesso pertence a alguém que fazia parte da campanha de Richmond, e
não a alguém que estivesse envolvido com o prefeito Leslie Adams.
Assim, tudo o que eu pensava e havia construído como ideia ou resposta
para a série foi escoado pelo ralo. Não sei bem qual é o interesse para alguém
relacionado ao Richmond assassinar a garota, assim como não vou entender a
relação do pessoal do cassino com o prefeito e com Michael Ames, e suas
intenções em apoiar os planos de candidatura à reeleição de Adams.
A minha grande dúvida é como ficam os planos para as eleições de
Seattle. A resolução do caso pode muito bem ajudar o prefeito Adams e
prejudicar erroneamente o vereador Darren Richmond. Pouco me importa quem vença
ou por quais métodos utilizar para vencê-las, mas acho muito duro ver depois de
tudo que aconteceu com Richmond ele ser prejudicado por alguém da própria
equipe de campanha.
Assim, nos voltamos à Gwen e ao Jamie. Gwen é ambiciosa e sempre foi
considerada a grande suspeita da série, principalmente durante a primeira
temporada (no site da AMC, as pessoas podem votar e Gwen sempre esteve entre os
três primeiros colocados). Não sei quais são suas intenções com Adams ou em
matar Rosie, por isso eu não consigo crer muito na teoria em si.
Já Jamie é ainda mais estranho. Tudo bem que ele sempre foi um
personagem muito fiel ao Richmond e que faria o que fosse preciso para ajudá-lo
em campanha, mas nunca imaginei que ele fosse o responsável pela morte da
garota. Aliás, quais seriam as motivações de Gwen e Jamie no meio dessa
história toda?
Agora, qual é o problema de Stan em guardar a foto da filha assassinada
em uma gaveta de seu escritório? Fiz a mesma cara de espanto enojado que Tess
fez. Aliás, grandes interpretações tem feito Brent Saxon, provavelmente o
melhor ator do elenco.
O momento em que ele é indagado pelo irmão a assassinar um cara que
testemunhou para a polícia de Seattle ocorre um conflito de interesses muito
bom. Entendo a posição de Stan em não querer fazer mais isso e mesmo assim ter
de fazer para proteger a família. Perder Tommy ou Danny, até o bulldog de
estimação, é uma coisa que ele não pode se dar ao luxo neste momento difícil de
reconstrução da família.
E é aqui que pode acontecer um embate muito bacana no próximo episódio.
Mitch voltou com a mesma cara de pau que foi embora, justo quando Stan e Tess
estavam se acertando e conseguindo reorganizar a família.
O melhor momento do episódio foi o fim de Janek. A prestação de contas
que deveria ocorrer com Stan e o carinha que Janek mandou matar acabou virando
contra o mandatário. Assim que vi a arma apontando para a cabeça de Janek
pensei imediatamente ser Alexis, para vingar a morte de seu pai, Piotr.
Agora, eu particularmente me sinto perdido quanto ao caso de Rosie
Larsen. Não entendo bem as motivações e quem poderia ter sido, e isto é mérito
dos roteiristas por conseguir fazer com que o mistério não virasse algo
simplório e deduzido com certa facilidade. Bastante ansioso para ver o que
Veena Sud preparou para a finale.
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