sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Revolution - 01x09/10 - Kashmir / Nobody's Fault But Mine

Fodeu! Corram pras colinas!

Finalmente tomei vergonha na cara e assisti à "Kashmir", e ainda tive a ousadia de emendar logo com "Nobody's Fault But Mine" pra acabar logo com o sofrimento, mas eu preciso dizer, tirando muita coisa que não faz sentido, como usual, Revolution apresentou dois episódios bastante sólidos e com o mesmo grau de cretinice - que apenas eu enxergo - e cumpriu seu papel de entretenimento barato nestas duas semanas específicas.

Como último texto do ano sobre a série, preciso comentar que eu, pelo menos, tive uma grata surpresa nesta reta final de temporada, inclusive em episódios que alguns consideraram fillers e que sequer foram (só tiveram um mal aproveitamento de tempo e um storyarc forçado). E, de todos os problemas, este é o mais gritante.

Por mais que Revolution ocupe minha vaga de "comédia da temporada", não sou idiota de aceitar com facilidade muitos dos plots que fomos obrigados a engolir nestes 10 episódios iniciais. Ainda não me conformo com o trem andando sem um dispositivo gerador de energia (leia-se: pendrive megaevil), já que todos os tipos de energia simplesmente acabaram. Não aceito a inserção da irmã da Nora de forma avulsa, por mais que tenha funcionado como desculpa para o Strausser levar o maldito pingente pro Monroe.

Falando em arco forçado como desculpa, o episódio "Kashmir" foi inteiramente montado de forma absurda. Depois de se alojarem numa resistência qualquer pra entrar na Filadélfia, vimos Miles, Charlinda & cia se adentrar num túnel, com direito a explosões e ficarem presos. Até aí tudo bem, o problema é que eles começam a ter alucinações que não fazem qualquer sentido, depois explicam que é falta de oxigênio, que só depois de verem as tochas se apagando eles se tocam e sequer estão ofegantes em busca de ar... Ué, não era por falta de ar? Cadê o povo perdendo o fôlego?

Enfim, continuando, Chalinda precisa de vez em quando mostrar que é a protagonista dessa naba, então o que fazem? "Ah, vamos mandar ela ali matar um cara que tapeou eles só pra levar o Miles pro Monroe". Ainda somam isso a mais uma alucinação cretina dela com o pai, um tiro de raspão na cabeça e uma queda que não sei como não causou uma concussão seríssima na garota.

Outro problema, agora de forma geral, que acho impossível de ser melhorado, é o elenco. Tracy Spiridakos, a nossa Charlinda, consegue ser tão cativante e comovente como protagonista quanto uma formiga tentando empurrar um vagão de um trem. Titio Miles foi o pai da protagonista insossa naquela saga dos vampiros brilhantes, perdeu meu respeito ali (e também não convence em nenhum tipo de cena, seja dramática, romântica ou de ação). E Aaron (que despontava como melhor personagem no piloto), acabou virando o mais pedante e o que tem a pior história disparada - também não engoli o fato de abandonar a mulher e aquela ladainha toda. Aliás, nesse caso, nem o pendrive megaevil aguentou, já que ligou e causou aquele barulho em um dos episódios no decorrer desta primeira metade de temporada.

Sobre "Nobody's Fault But Mine", a coisa muda de situação... na verdade, nem tanto. Vimos sequências de cenas que ainda não fazem sentido. Aliás, uma coisa que nunca fez sentido foram esses flashbacks. Tirando aquele que Rachel explica, em partes, a construção do aparelho/pingente e sua funcionalidade, os demais serviram pra quê mesmo? E esse é mais um ponto realmente que me incomoda na série, neste episódio ficou ainda mais explícito isso.

Eles quiseram nos fazer comprar que a história toda a ser desenvolvida se construiu na linha de ódio numa pós-amizade, e querem fazer você acreditar com cenas avulsas em períodos mais avulsos com longos silêncios mais avulsos ainda e acharam que eu simplesmente digeriria isso? Nem pensar.

Strausser, que nos fizeram acreditar que ele é um cara muito malvado, não passou de um tarado mal comido na cadeia, que, de forma geral, não representou nenhuma ameaça pra Rachel que lhe enfiou o facão. Agora, quem é mesmo o malvadão da história? Porque Rachel já se mostrou com sangue frio (mais do que o próprio Miles) e matou até ex-amigo de trabalho, quanto um cara que a série ostentou em dizer que era pior do que o Monroe.

O desenvolvimento deste episódio, no entanto, não me incomodou, gostei da forma como a história foi crescendo, apesar de achar esse cliffhanger repulsivo (mais ainda do que aquele do Tom Mason entrando na nave do Surfista Prateado em Falling Skies), e mesmo assim me diverti assistindo.

Por mais que os pontos levantados neste texto tenham sim sido um pouquinho duros, acho errado dizer de forma geral que a série não é ruim. Não de todo modo. Ela tem diversas falhas, como muitas outras, e isso ficou devidamente exposto aqui. E apesar de a série não atender minhas expectativas a nível de roteiro (analisando de forma crítica, como um bom reviewer), entretanto, o principal papel que eu busco (como telespectador) foi: me divertiu e funcionou como passatempo. Veremos até quando eu conseguirei levar desta forma.

P.S.: Episódio novo de Revolution apenas no ano que vem (25 de Março). Ou seja, se contente em discordar de mim (ou não, vai que tem alguém tomando chá de luz e que concorde comigo) nos comentários. Obrigado.

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