Quem diria que a voz da razão usa perucas rosas?
E de fato, Nicki Minaj não é só o grande centro das atenções neste episódio como também é, diga-se de passagem, a responsável por uma das melhores críticas já feitas quando um painel tenta definir explicitamente o estilo de um cantor e não dar opção para que ele se molde com o tempo.
Um fato que perseguiu o American Idol por muito tempo é que eles queriam cantores decididos e centrados em um estilo único, quando, na verdade, exige piruetas e diversos sacrifícios a seus candidatos em sua fase de competição ao vivo com temas pré-definidos e que abusa da capacidade adaptativa de seus participantes.
E pra ser logo muito sincero, não é só Nicki Minaj que faz cara de tédio com a cara de cú (com todo o respeito) e de enojamento de Mariah Carey em diversos de seus comentários. Não é só Nicki Minaj quem revira os olhos numa tentativa de tentar engolir o que a suposta diva diz. No meio do carnaval do Idol, Nicki acaba tendo razão numa briga estúpida que sequer foi realmente mostrada em sua total essência.
E em um semana em que os destaques são mulheres negras (coisa que não vemos, provavelmente, desde a sexta temporada), nada melhor do que fazer audições no autódromo de Charlotte e no meio do mato, também conhecido como a cidade do Randy Jackson, Baton Rouge, pertinho de New Orleans, na Louisiana.
ELA É TOP, CAPA DE REVISTA
Nada melhor do que começar o texto desta semana falando de menina Megan Miller, que foi Miss e que mesmo sofrendo um acidente e tendo uma cirurgia logo depois de sua audição, fez questão de visitar os jurados e tentar a sorte. Achei a espontaneidade da moça se divertindo com as muletas e divertindo o painel. E talvez o maior mérito dela não tenha sido se fazer de vítima por conta do acidente, ela mostrou-se incrivelmente confiante e decidida. Uma audição excelente ao som de "Something's Got a Hold on Me".
Durante uma das nomeações, que agora virou modinha no Idol, vimos a audição da lindíssima Maddie Assel, que com um timbre sensacional e um rosnado incrivelmente talentoso não só conquistou aos jurados, mas a mim também. E detalhe, pessoa que faz audição e cita Adele, Beyoncé e HALEY REINHART como suas influências musicais merece meu amor, eterno amor.
Imagina que um reality como o Idol que já consagrou Carrie Underwood e revelou tanta gente relevante no mercado country, além de todo ano ter dúzias de centenas de pessoas que fazem audições cantando country buscando o sucesso da vencedora da quarta temporada (e do Scotty McCreery, que deu o ar de sua graça e falou oi pra negads), nos deparamos com Janelle Arthur. Janelle fez, provavelmente, com um mashup entre "Where the Blacktop Ends" e "Walkin' the Country", a melhor e mais sensacional audição country dos últimos cinco anos, sem dúvidas nenhuma, e quem realmente quer vencer o programa precisa ficar com os quinze faróis de seu veículo apontado pra moça, ela promete ir muito longe.
ESQUECERAM DE MIM, OU MELHOR, ESQUECEU DE MIM
Mais uma pessoa da temporada anterior retornando querendo ter e receber foco. Nome: Candice Glover. Relevância: Aquela com voz powerhouse destruidora de estúdios e concorrência, que não irá ganhar, e vai chegar em um ponto da temporada que irá te irritar profundamente. Nível Idol correspondente: Joshua Ledet; podia cagar no palco que os jurados aplaudiam de pé. O bom foi ver que ela era tão amada na temporada passada que, em um grupo com o próprio Joshua Ledet e a vice-campeã Jessica Sanchez, foi completamente irrelevante e esquecida por Randy Jackson. Eu avisei que ele está cada vez mais caduco, dessa vez nem fingiu lembrar da moça.
O DOTÔ E A MANGUEIRA DO BOMBEIRO
Depois de se formar em medicina, qual é o próximo passo para uma carreira promissora? Pois é, se lançar como cantor no American Idol. Isso é o que o Dr. Calvin Peters fez e, preciso deixar totalmente registrado: ele me irrita em um nível Marcus Canty (The X Factor USA). Cantou uma música dificílima, toda montada no falsete, não foi excelente, foi apenas ok, só espero que cortem esse moço em Hollywood assim como ele deve cortar um de seus pacientes na mesa de cirurgia. P.S.: Não consigo me concentrar em gente que vai com uma pizza debaixo do sovaco fazer audição.
E se você não alimenta fetiches com doutores, pode se segurar na mangueira do bombeiro Dustin Watts. Pois é, mas como resumir a audição do moço onde os interesses de Nicki Minaj eram únicos em saber se ele tinha ou não uma namorada? Foi bacaninha, nada excepcional, mas já está a quilômetros do Seu Dotô citado logo acima.
NÃO SOU PAIGE, MAS FIZ MIMIMI E AINDA SOU MÃE
E eu preciso dedicar um bloco exclusivamente para essa delícia completa de audição. Pimp-spot do programa de quarta em Charlotte, fez um mega dramalhão porque o namorado sofreu um acidente, não sabia que ele iria audicionar para o programa e toda aquela correnteza de lágrimas básicas, mas serei extremamente franco: a filha dela me conquistou. Pois é, gente que chama Minajão de "Dum Dum", por causa de "Super Bass", nomeia um urso de pelúcia com o mesmo nome e é ainda aquela coisa fofa toda? Como não amar, Brasil? E o melhor é: a mãe é talentosa. Seretha Guinn fez e aconteceu cantando o tema de Um Maluco no Pedaço e ainda comprovou toda a sua qualidade vocal com "How Do I Live". Garantiu minha torcida ao lado das citadas no texto passada, Kez Ban e Ashlee Feliciano.
SAPO, PERERECA E RÃ, RÃ-HÃ, RÃ-HÃ-HÃ
"Tem gosto de galinha". Será mesmo? Todo mundo que já se deliciou numa perereca diz que tem gosto de galinha. Só que assim as pessoas me confundem. Eu não sei se eles comeram a perereca da vizinha ou se a perereca era selvagem. E é nesse tom que temos uma audição bizarrícima, com Ja'bria Barber. A garota de 16 anos que cantou com uma maturidade vocal impressionante e tem esse hobby, digamos, peculiar de caçar e comer as pererecas da vizinhança. Entenda como bem quiser. Ela cantou "Pride and Joy" e antes de ser aprovada para ir visitar Hollywood, teve de prometer nunca mais caçar as pererecas das vizinhas. Sorte delas, que não serão comidas, literalmente, pela maníaca das pererecas.
Pra fechar o texto desta semana, nada do que ressaltar mais ainda o quão forte foi a presença negra destes dois episódios. E o que ganhamos com isso? Cantores de potência absurda. Por exemplo, Burnell Taylor, o nosso pimp-spot da quinta-feira, contando seu drama após o Katrina, mas que fez três jurados levantar seu rabinho para aplaudir sua audição com "I'm Here", levando Mariah às lágrimas.
Por fim, uma rocker negra, a garota Taisha Bethea, que teve o apoio de seus companheiros de banda e foi lá em sua audição. Uma audição de controvérsias, que gerou o primeiro desconforto na bancada antes da grande explosão de Minaj, quando Randy acha que a menina tem uma crise de identidade por ser uma rocker e cantar um R&B em sua audição. Acho que é demais pro cérebro dele, que se apega a esteriótipos e queria definir a menina como uma cantora exclusivamente de R&B. A audição dela não foi das mais impactantes? Não, não foi, mas é inegável que ela demonstrou um bom trabalho com "You Oughta Know", depois de ser excelente com "Folsom Prison Blues", e incompreensível ver o tamanho do recalque crítico de Randy e Mariah que lhe deram um não, mas que não valeu de nada graças à Minajão e Keith.
Ele foi reprovado. Ele foi uma tremenda porcaria. Mas ele arrancou risadas. Chris Barthel cantou "If I Had You" da nossa bicha loka preferida, Adam Lambert, e seu apelido não só gerou graças tradicionais de Minaj, mas como tivemos toda a cretinice de Keith Urban exposta. Definitivamente, Nicki e Keith comprovando que não precisam de um salário gordo igual a dona pra serem bons jurados.
Enfim, semana que vem deveremos ter a rodada final de audições, antes de entrarmos na fase de Hollywood, onde prometem haver mudanças posteriores com formação de um Top 40 e uma redução gradativa. Veremos onde isso vai dar.
P.S.: Somado aos 88 aprovados da semana passada, nesta tivemos outros 72, totalizando, até aqui, 160 classificados para a fase de Hollywood.
