O melhor episódio até aqui.
Touch conseguiu atenuar sua mitologia com uma qualidade impecável,
mostrou e interligou todos os elementos do episódio de uma forma bastante
incomum e “fora do padrão” ao que nos acostumou.
Talvez seja aqui onde mora o grande mérito do episódio, o roteiro foi
denso e da mesma forma ágil, conseguiu ser intrigante das mais diversas formas
possíveis, utilizou de recursos e elementos recorrentes ao já apresentado e
ainda entregou, com tamanha perfeição, um bom drama e diálogos interessantes.
As coisas como tudo ocorreu foi muito bem abordado, partimos de uma
conversa no aeroporto e intersectamos em uma história que começou com um
sequestro de uma criança.
Todos os pequenos arcos foram imprescindíveis a mostrar a Clea que os
padrões que Jake enxerga a interconectou a todas as tramas e lhe explicitou
algo que Martin vinha martelando-a a algum tempo.
Agora, por mais que o Estado e o Juizado tente tirar a guarda de Jake de
seu pai, Clea vai ser fundamental a apoiar a causa, mais até do que já vinha
apostando. Finalmente conhecemos a tal mal falada mãe da personagem e ela foi o
agente direto das causas do episódio.
Já nos fora dito inúmeras vezes que ela sofre de esquizofrenia e ela
raptou a criança de um casal que estava doente, por isso acabou sendo presa,
levada ao hospital, que entrou em contato com Clea, que viu sua mãe após 6 anos
e depois viu ela fugir novamente.
A percepção rápida de Martin Bohn foi bastante importante para que eles
ligassem a coisa toda e perceber que ela era a pessoa que raptou a criança. O
curioso, no entanto, foi a forma como as coisas nos levou até a outra história
que ocorria em paralelo.
Ver que uma mulher avulsa acabou tendo problemas com sua bagagem e
acabou fazendo com que o cara que acabou de conhecer no aeroporto, após uma
breve divagação sobre cruzadas, ocupasse seu assento no voo e salvando-a da
morte, já que o avião caiu.
Eu fiquei tentando por diversos minutos entender como apenas ele havia
sobrevivido ao evento e, aparentemente, não contar a ninguém do fato. Não houve
nada do tipo “ah, meu avião acabou de cair e eu ‘tô’ bem e não sofri nenhum
arranhãozinho”.
Ele seguiu agindo como um louco por jazz, foi tentar salvar o prédio que
nos anos 20 abrigou os maiores nomes do ritmo musical e acabou salvando mais
uma vida, a da mãe da Clea.
Mas engana-se que ele não sofreu nada com a queda, ele perdeu muito
sangue em um ferimento no abdômen e, após a sua cruzada por tentar evitar a
queda do prédio, caiu no chão e morreu.
Até aqui eu já vinha gostando como tudo foi devidamente trabalhado, mas
ainda arranjaram tempo para que aquela mulher avulsa do aeroporto escolher este
homem, o tresloucado que sobreviveu a queda de um avião, a ser o doador de
sêmen para a geração do seu filho com sua companheira.
E a história foi além, criou um bom plano para ser trabalhado ao fundo
do episódio e introduziu com maestria algo que aparentou por muito tempo. Dr.
Arthur Teller foi até Jake para entender como ele estava se entendendo com a
“sequência de Amelia”, a provável paciente do quarto número 6 e que vinha sendo
o grande mistério da série até aqui.
A diretora da casa
onde o Jake tem sido guardado tem envolvimento direto, não me surpreende, mas o
que me pegou desprevenido foi a morte do Dr. Arthur. Ele vinha sendo de grande
ajuda para Martin entender Jake e, agora, as coisas tendem a ficar mais sérias.
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