segunda-feira, 7 de maio de 2012

The Killing - 02x06 - Openings


Isso é o que eu chamo de um episódio quase bom. Quase.

Pela primeira vez na temporada eu posso dizer que fiquei empolgado com um episódio de The Killing. Já disse e repeti inúmeras vezes que não tenho problemas com a paciência que as coisas acontecem nessa investigação, até porque na vida real é bastante assim, mas os acontecimentos marotos estavam encaminhando-se a banho-maria e nada, absolutamente nada, tinha real importância e seria desmentido logo em sequência.

O problema é que a série vai se revelando muito mais próxima à Twin Peaks do que sempre foi. O caso de assassinato de uma jovem, mistérios envolvendo cassino e figurões da cidade, uma acusação em falso ocasionando uma tentativa de assassinato por um ente próximo (no caso da vencedora do Emmy de 91, assassinato que ocorreu), e agora, mais do que nunca, ao revelar que Rosie é extremamente parecida com Laura Palmer e andava com muitos segredos com todo mundo.

É exatamente esta proximidade com a série que me faz crer que Leslie Adams, o prefeito de Seattle, é o assassino de Rosie Larsen. Os enredos são tão tênues e as disparidades são tão pequenas (com exceção ao humor negro e ao sobrenaturalismo de Twin Peaks), que parece que acompanho um remake prolongado dos 15 e excelentes episódios que contaram as causas e o causador do assassinato de Laura Palmer.

Claro que os motivos de lá são incabíveis aqui, mas a estrutura permite perfeitamente com que as séries tenham rumos e cursos similares. E isso é o que me preocupa. Tem momentos que o caso, para mim, parece tão cristalino quanto à água que me dá raiva, e outros que são piores de se ver o fim que o Rio Tietê, que parece perdido e sem rumo bem definido.

Metáforas e dissertação expostas, acho que me estendi um pouquinho demais com o que eu queria falar. Mas posso dizer com toda certeza que este episódio foi sim muito bom. Começou bastante perdido, verdade, principalmente por uma má introdução de um personagem novo, mas por fim ele rendeu bem para as pretensões deste momento da série.

No núcleo pessoal de Linden, confesso que consegui me conectar com a personagem nessa metade de temporada, Mireille Enos consegue expressar bem e atenuar em sua interpretação o que a personagem está sentindo, apesar de achar que tem momentos que ela faz algumas caras de náusea, mas eu consigo viver com isso.

Sarah tem de lidar não só com um caso muito mal explicado para resolver, mas com um fim de noivado pela fixação no trabalho, da mesma forma como esta fixação pode lhe custar a guarda do filho.

E o caso Rosie parece ser muito mais pessoal pra Linden do que aparenta, até o seu Comandante a ameaça com um relatório, dossiê ou algo do tipo que mostra que a detetive é incapaz de exercer a profissão.

A preocupação do chefe de Linden com o mandato para o cassino é tamanha que nos leva a acreditar mais ainda que o caso só possa ser de alguém com grande influência na cidade, fortalecendo minha teoria sobre o prefeito Adams.

A introdução do pai de Jasper, aquele ex-namorado da Rosie, deu uma nova roupagem à The Killing, que emaranha e traz de volta o envolvimento do cassino como uma grande coisa e de que o tal homem deve ter sim alguma relação com o caso.

Sobre Darren Richmond, sigo com a minha tolerância baixa e passo todo o seu plot com a cara de “tá bom, quando vai trocar para a próxima cena?”. Achei desnecessária a saída de Gwen para Washington para depois retornar oferecendo seus serviços para fazer Richmond ganhar as eleições, que ocorrerão exatamente no final da temporada. Time reunido, e que assim seja.

Foi bom terem dado alguma importância para Terry, como uma das amantes do pai de Jasper, acho que aliviou sua barra de ficar se pegando com o marido da irmã sob o mesmo teto que seus sobrinhos. Além de aliviar a dramacidade exagerada com Terry chorando pelos cantos.

O encerramento do episódio com o desenho preso à geladeira e Linden saindo as pressas de seu apartamento para ir passar um tempo com o parceiro Stephen Holder foi tenso, ainda mais com o ser misterioso assistindo a tudo, da mesma forma como no início da temporada.

Essa cena me lembrou da cena das corujas e do tronco de, novamente, Twin Peaks, onde a floresta serve de pista para o caso e onde habitavam algumas das respostas. Ri de tamanha cretinice minha por fazer essa conexão bisonha, mas acho que ela me faz pensar que aquela personagem misteriosa que andava com o tronco e serviu pistas aos detetives é o mesmo ser misterioso do carro. Muito mais aliado do que um suspeito.

Por fim deixo Mitch, que foi roubada pela garota que “tem pretensões de ir estudar balé”, mas que deixou a carta com a revelação de quem é o pai de Rosie: David Rainer. A seguir, o trecho traduzido da carta assinada por Mitch:
Caro David,
Estou te escrevendo para lhe contar que estou grávida de dois meses. Não tenho certeza do que fazer.
Não estava certa se eu deveria lhe enviar esta carta, mas por fim eu queria que você entendesse por que eu não poderia mais te ver. Eu conheci alguém. Ele é um homem maravilhoso – diferente de você em diferentes formas, [...]
[...] O nascimento do bebê é em julho, eu tenho certeza que é seu. Eu vou chamá-la de Rosie, como a garota daquele poema que você me mostrou. Espero que um dia vocês se conheçam.
Cuide-se.
Com amor, Mitch
”.
P.S.1: O que o garoto Alexi quis dizer quando exclama para o Stan que Rosie salvou a vida dele?
P.S.2: O restante da transcrição da carta não foi posta pelo simples fato de não ter sido exibido, mas creio que o que está acima é o suficiente para sanar respostas e criar teorias. Quem não aposta que esse encontro que Mitch idealizou ocorreu?

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