Antes de qualquer coisa: menos, muito menos. Vi gente elogiando Continuum como se fosse a oitava maravilha do mundo moderno, que este episódio foi "o melhor episódio ever", foi muito foda ou derivados, a única coisa que conseguia pensar era: Não podia ter só dois episódios nessa temporada? Esse e o piloto?
Analisar ao todo Continuum é uma tarefa complexa, até certo ponto incoerente, porque vai ter gente que vai querer usar como ponto argumentativo tudo que este episódio apresentou, como se ele sanasse todos os problemas apresentados e escancarados no decorrer da temporada.
Continuum chega ao fim da temporada com um status que me desagrada, principalmente pelos rumos optados pelo enredo e pela história que Simon Barry queria contar. Pra mim, ficou muito claro que a série planejou o seu início e seu encerramento, mas esqueceu completamente o "durante", o que talvez tenha sido o seu maior pecado.
O principal em uma série é o seu devido planejamento e a estruturação inteligente, que saiba atenuar as nuances de todos requisitos básicos de um enredo, e a série não soube, por exemplo, dosar no início a tensão sexual entre a Kiera e o Carlos, não soube desenvolver sua história e seus pontos, e muito menos soube trabalhar seu tempo de tela, utilizando casos avulsos e desconexos a trama.
O episódio de encerramento, entretanto, fecha bem o ciclo da série, apesar de diferir de qualquer proposta original e seguir uma linha misteriosa, pouco explicativa e omitindo ao máximo as informações do telespectador, para que ele volte para uma provável nova temporada.
Não acho válido, em alguns pontos, a ideia da série não explicar propriamente nada e apenas mostrar as "ligações" que todos já imaginavam desde o episódio piloto. Alec ganha uma importância que sempre deveria ter tido, para um plano com propósitos irreais e totalmente desconhecido.
No fim das contas, tudo foi meticulosamente orquestrado e feito por Alec Sadler, em sua versão 2077, e somente ele, em sua versão 2012, pode explicar algo ou alguma coisa futuramente. E esse é o gancho que eles querem que você compre, ficar instigado por um enigma sem explicação aparentemente plausível e que deve te enrolar por mais algum tempo para tudo fazer sentido.
De forma geral, analisando a temporada como um todo, afinal esta é a obrigação de um texto crítico de final de temporada, a série foi instável, algumas vezes incoerente e sem sentido, e um pouco perdida em como controlar seu desenvolvimento. Apresentou mais fillers do que o usual em uma série (ainda mais com apenas DEZ episódios) e alguns episódios de qualidade duvidosa.
Ao todo, não posso nem chegar ao veredicto de que a série é, no máximo, regular (no sentido de meio termo, medíocre, mediano) e me coloco em dúvida em retornar a acompanhá-la. Até a próxima oportunidade, de qualquer forma.
P.S.1: Grazadeos teve pouquíssimo de Carlos neçapoha.
P.S.2: Trama do agente federal da CSIS foi tão... desnecessária. Sério, tudo para ele descobrir "os truques" de Kiera?
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