Expondo sua vergonha alheia.
Glee foi por muito tempo considerado uma série de “prazer culposo”, um “guilty pleasure” de marca mor que baseava sua história na vida de adolescentes deslocados dentro de um clube de coral. E, depois de quatro anos, a série passou por tantos momentos e vive em uma fase de aclamada pela crítica e começando a ser esquecida pelo público.
Hoje a série não passa mais o sentido de ser um “guilty pleasure”, mas ainda em sua veia, traz um episódio delicioso e recheado de elementos vergonhosos para diversos gostos musicais (e um culto àqueles que louvam Duran Duran e outros músicos vergonhosos).
E como a função principal de Glee é entreter, mesmo que as músicas sejam de gostos, no mínimo, duvidosos, este episódio foi feito exatamente para isto. Para divertir e servir de passatempo em uma noite perdida de quinta-feira, com músicas escrotas e plots sem noção.
O único plot com algum desenvolvimento ocorreu em Nova Iorque, com Rachel dando um basta em seu relacionamento. Vi que teve gente que não gostou da forma como Rachel agiu, jogando dinheiro na cara do rapaz, praticamente, fazendo alusão à “profissão” do moço, mas, convenhamos, queria ver você na situação de menina Rachel como reagiria. Término ao som de “Creep” foi legal, mas só.
Ainda em Nova Iorque, tivemos Kurt com uma obsessão bizarra por um travesseiro de braço, que serve para ele como seu companheiro de barra na ausência dos bracinhos de menino Blaine. Mas o melhor é ver mesmo que tanto Rachel e Santana, na ausência de seus machos (er... ou será Santana o macho da relação?), também aderirem ao braço/travesseiro.
No mais, a cretinice ficou por conta do McKinley mesmo, com muita música vergonhosa seguindo o tema da aula: “guilty pleasures”. O destaque maior, é claro, ficou por conta do tão esperado cover de uma canção das Spice Girls. Claro que “Wannabe” não foi, nem de perto, a melhor coisa da temporada, mas foi um prato recheado para os fãs da maior girlband de todos os tempos. E por isso tivemos o retorno do tão amado e aclamado “Foundue for Two”, a websérie mais amada da face da Terra, com mais uma aparição divina de Lord Tubbington, é claro.
Claro que ainda tivemos tempo pra dilemas sobre Brown’s alheios. As garotas repudiando Jake por ele querer cantar uma música do Chris Brown, quando na verdade o ódio deveria ser à Rihanna por querer o marronzinho de volta. Mas daí ele troca de Brown e canta Bobby Brown, pra decepção alheia, já que ele foi quem levou Whitney Houston ao caminho das drogas e, eventualmente e indiretamente, à morte. Poesia linda esta provinda de Glee.
Só que nada supera a interação entre Blaine e Sam. Eles dois juntos, nesse clima de amizade, é a melhor coisa que ocorreu neste quarto ano. É indiscutível como Blaine cresceu como personagem e deixou de ser só “o namorado do Kurt”. E mais bacana ainda é ver o crescimento de Sam, e como Chord Overstreet é dono do melhor personagem da temporada, aceitando tudo que vem pela frente e enfrentando a vergonha alheia de seus plots bizarros com a cabeça erguida.
No fim, mas não menos importante, “Mamma Mia!” fecha bem o episódio e ainda consegue ser um número ainda melhor do alguns outros que vimos durante os 40 minutos desta preciosidade cômica, permeando bem o momento de Rachel em Nova Iorque, com os absurdos do tema da semana do McKinley High.
Músicas do episódio:
- "Wake Me Up Before You Go-Go", da banda Wham!, interpretada por Sam Evans (Chord Overstreet) e Blaine Anderson (Darren Criss);
- "Copacabana", de Barry Manilow, interpretada por Sam Evans;
- "Against All Odds (Take a Look at Me Now)", de Phil Collins, interpretada por Blaine Anderson;
- "Wannabe", das Spice Girls, interpretada por Marley Rose (Melissa Benoist), Brittany S. Pearce (Heather Morris), Tina Cohen-Chang (Jenna Ushkowitz), Wade “Unique” Adams (Alex Newell) e Kitty Wilde (Becca Tobin);
- "My Prerogative", de Bobby Brown, interpretada por Jake Puckerman (Jacob Artist);
- "Creep", da banda Radiohead, interpretada por Rachel Berry (Lea Michele) e Brody Weston (Dean Geyer);
- "Mamma Mia!", da banda ABBA, interpretada pelo coral do New Directions, Rachel Berry, Kurt Hummel (Chris Colfer) e Santana Lopez (Naya Rivera).
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