Glee ensina: como, definitivamente, não se fazer uma premiere.
Produtores e roteiristas de plantão, peguem tudo o que Glee apresentou em seu primeiro episódio do quinto ano e tomem como lição. Uma lição a não ser seguida.
Eu sei que titia Ryan precisou reformular todo o enredo e que tudo seria, possivelmente, diferente se não fosse pelo fatídico episódio que marcou o fim de uma era, que foi a morte de Cory Montheith, cujo qual não quero entrar nos méritos ou discutir neste texto - quero fazer isso única e exclusivamente no episódio tributo.
O ponto, e única coisa que devemos avaliar neste retorno, é sobre o episódio em si. Toda a concepção e a ideia em homenagear a banda mais icônica do planeta é boa, na verdade, excelente. A questão proposta, no entanto, para abrir um ano em que as pessoas esperaram por mudanças sai como um tiro no próprio pé.
Todos os arcos soaram degastados. Assim como o elenco, que ainda aparenta estar meio abatido pela perda de um ente querido. E o roteiro não funciona. Por mais que titia tentasse engrenar alguma coisa, titia não conseguiu.
A começar pela história de Artie e Kitty. Primeiro fato: Artie é o maior pegador do McKinley High. Se aparecer um poste na frente, é capaz de ele levantar da cadeira e traçá-lo também. Mas a promiscuidade do garoto nem é o ponto a ser discutido e sim o arco, e partimos para o segundo fato.
Depois de cinco anos, depois do que o New Directions construiu, retornar a plot de namoro escondido é repulsivo. Independente de querer manter status, desculpa sociedade, mas Artie é maior do que qualquer coisa que a Kitty ou qualquer outra avulsa das Cheerios (Quinn, Santana e Brittany não inclusas) conseguiram ser nos últimos anos. Digo em todas as vertentes acadêmicas do caso. Se aparência for o ponto, tudo volta a ser necas. Como se os feitos não fossem nada. Hoje, sem Sue, o que as Cheerios são mesmo? Pelo que me lembro, elas perderam até as regionais delas, não?
E isso é exposto por Tina, que a cada semana parece querer herdar o posto deixado por Rachel Barry. Até o figurino da personagem de Lea Michele parece ter sido assaltado pela personagem da Jenna Ushkowitz.
Agora, o ponto da dúvida sobre o estrelismo de Rachel Barry em Funny Girl. A inexperiência da moça sendo massacrada pelos tubarões da indústria. Este é, talvez, o único ponto que a dosagem de realismo e ficção melhor se encaixa, fazendo de "Yesterday" o grande ponto alto do episódio.
P.S.: Desconsideremos toda a performance com Santana no café em que trabalham, aquilo foi ruim e ponto.
Voltamos, então, ao grande ponto central do episódio: o pedido de casamento de Blaine para Kurt. E não, não sou obrigado a comentar o que foi aquela performance horrorosa de ruim de "Got to Get You into My Life". Me nego.
Todos sabem minha opinião a respeito deste pedido: eles são muito novos pra tomar qualquer posição do tipo. É bonitinho querer falar de amor e da beleza de amar alguém? Sim, é, mas quero ver quando tiverem um problema de casal como vão resolver. Como farão para se sustentar. Como farão para viverem juntos. E todos estes pontos que as pessoas fazem vista grossa na hora de dizer "sim" e que simplesmente fogem pedindo divórcio no primeiro perrengue que enfrentarem. É por isso que muitos dos relacionamentos não funcionam.
Não sei se titia pretende explorar isso, mas deixo aí minha opinião registrada antes que qualquer ideia surja na cabeça megaevil dessa bicha megalomaníaca.
A cena e a construção do pedido é cheio de auto-referências ao próprio mundo de Klaine, o que enriquece tudo e faz da cena algo lindo de se ver, mas não algo que eu aprove, enfim. Ver os Warblers e o Vocal Adrenaline, além do coral dos surdos daquele episódio horrível da primeira temporada, "Hairography", ainda tornam a coisa mais divertido de se acompanhar.
Por fim, deixo a única coisa que ganhou meu total respeito neste episódio: Sue Sylvester. Essa mulher, em seu retorno triunfal, conseguiu o cargo de diretora depois de plantar provas que incriminaram o diretor Figgins de uma série de irregularidades e ainda samba de salto alto na cara do próprio coitado, agora zelador do McKinley High.
Para semana que vem, Glee segue em sua homenagem dupla aos britânicos dos Beatles e eu, sinceramente, espero que melhore e muito, para fazer, no mínimo, algo que faça jus ao nome dos reis do rock.
Pontos nada importantes mas que a gente fala mesmo assim 1: vamos dar os devidos créditos, quem escreveu essa porcaria foi Brad Falchuk, culpem ele, e não titia.
Pontos nada importantes mas que a gente fala mesmo assim 2: cadê Demetria nessa coisa? Queremos ver cena de cola-velcro, produção!
Pontos nada importantes mas que a gente fala mesmo assim 3: Pra quê ter 500 pessoas no elenco se nem metade recebeu falas nesse episódio? Marley, Jake, Ryder, Unique, etc. mandaram um beijo.
Pontos nada importantes mas que a gente fala mesmo assim 4: falando em gente sem fala, Sam na única foi preciso. Gente boa faz bem até mesmo na dificuldade, não é Chord?
Músicas do episódio:
- "Yesterday", de The Beatles, interpretada por Rachel Berry (Lea Michele);
- "Drive My Car", de The Beatles, interpretada por Artie Abrams (Kevin McHale) e Kitty Wilde (Becca Tobin);
- "Got to Get You into My Life", de The Beatles, interpretada por Kurt Hummel (Chris Colfer) e Blaine Anderson (Darren Criss);
- "You've Got to Hide Your Love Away", de The Beatles, interpretada por Artie Abrams e Kitty Wilde;
- "Help!", de The Beatles, interpretada por Blaine Anderson e Sam Evans (Chord Overstreet);
- "A Hard Day's Night", de The Beatles, interpretada por Rachel Berry e Santana Lopez (Naya Rivera);
- "I Saw Her Standing There", de The Beatles, interpretada pelos garotos do New Directions;
- "All You Need Is Love", de The Beatles, interpretada por Blaine Anderson e pelos corais do New Directions, dos Warblers, do Vocal Adrenaline e da Haverbrook School.
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