domingo, 2 de junho de 2013

The Vampire Diaries - 04x20 - The Originals

Ele quer ser Rei.

Sabe, The Originals nunca veio em tão boa hora. Se você precisa daquela porcaria diária com dose nutritiva igual a zero, mas com um pingo de caloria e muito carboidrato, bem, você encontrou uma suculenta obra prima, que consegue através de feitiços mirabolantes em cemitérios parar motores de veículos, atirar fogo em mapas, causar interferência em celulares e apagar lobiquengas no meio do mato.

Mas a sinopse que permeia o início de tudo é ainda mais divertido, afinal, faz muito sentido Katherine enviar uma carta de alerta para o cara que quer simplesmente ver as tripas da doppelgänger de fora de seu corpinho devidamente sensual. Porque, de fato, não faz. Katherine ainda será caçada (ou não, depende do humor da família Mikaelson, mais bipolar do que o clima de São Paulo), mas mesmo assim oferece uma dica de que tem uma rodinha secreta (sdds Rodinha Secreta) querendo destruí-lo.

Agora falando seriamente sobre este backdoor-pilot, eu já era cético de seu sucesso ao escutar a remota probabilidade disto sair do papel, agora, após ter a incomensurável e inominável honra de se ver este primor (sinta a leve dose de ironia aqui presente, por favor), muito menos.

A história central é fraca. Ponto. The Originals parte da premissa de um amontoado de clichês do gênero e tentará apenas embarcar no sucesso de sua progenitora para arrancar o telespectador de seu confortável sofá para a frente da televisão (como se ele já não estivesse ali na frente da mesma, enfim, esqueça).

Por sorte, é uma história sobre Klaus. E, por sorte, ele é interpretado pelo Joseph Morgan.

Entenda, desde que Julie Plec assumiu as rédeas de The Vampire Diaries, vimos quase todos os personagens serem desconfigurados e descaracterizados para, simplesmente, atenderem aos caprichos do roteiro sem noção e sem sentido da produtora executiva, mas Klaus foi uma exceção. Até agora.

Klaus foi um dos poucos sobreviventes do ataque hediondo praticado por Plec. Klaus foi uma das poucas almas que sobreviveram ao estupro criativo praticado por Plec. Klaus foi um dos poucos que sobreviveram ao genocídio praticado por Plec. Acho que vocês já entenderam meu ponto.

Ser posto numa história tremendamente bizarra com a ex-Witchbitch prenha, com Elijah querendo ajudar um clã de bruxas avulso, que com o feitiço mirabolante do cemitério, descrito da forma mais brilhantemente possível no parágrafo introdutório deste primor de texto, 2bjs, conseguem controlar se Witchbitch vive, ou morre. E se a cria de Klaus vive, ou morre.

Parte disto é apenas parte dos interesses da narrativa. O que vemos, ao introduzirem um vilão com mais cara de traficante de filme B de Hollywood (Fast and Furious incluído no pacote, registra-se) e que foi criado por Klaus é pífio e falho. Alguém realmente compra o que o cidadão ali diz? Marcel (Charles Michael Davis) é fraco como personagem. Mais fraco ainda para tentar demonstrar que é o Rei de Nova Orleans.

Mas vamos dar um pequeno voto de confiança, Sophie Deveraux (Daniella Pineda), ao menos, consegue convencer como uma bruxinha do mal megaevil. Quer dizer, quando você supera o fato de ter de que encarar a cara de bruxa sofrida com prisão de ventre (sdds Stefan, sdds Paul Wesley, oh... wait) pela morte da irmã que se sacrificou, segundo a própria, para convencer Klaus a embarcar nesta jornada.

E o que dizer de Camille (Leah Pipes)? Bartender e profunda entendedora de pinturas alheias que consegue, com exatidão, narrar a vida do pobre e sofredor Klaus ao olhar para outras pinturas mais alheias ainda. Uma pena que, no momento da verdade, ela não conseguiu fazer a pergunta que eu fiquei esperando, “você pinta com meu pinto?”, já que Klaus some.

Entretanto, de todos os arcos que foram muito superficialmente trabalhados, um que sequer faz parte do novo projeto em si é o que explica com exatidão o que faz Klaus abandonar seu amor platônico e não correspondido por Caroline para seguir para Nova Orleans e encarar Marcel e se juntar às bruxas: a solidão e a sede de poder, como bem dizem Katherine e Elijah, em um insight com a profundidade de uma bacia.

Por mais que seja uma dor coletiva dos fãs da série saber que Klaus fará falta à elite de ouro da emissora, eu ainda não tenho meu veredicto completo a respeito de The Originals (mentira, cof cof). Toda essa enrolação só pra introduzir o contexto já era parte do pacote (ainda mais quando temos uma louvadora do ostracismo como é Julie Plec), mas a falta de um enredo mais ousado e com a marca que consagrou The Vampire Diaries me deixa com um pé atrás.

No mais, não consigo ver The Originals me surpreendendo em meio ao pacote de Trakinas. Aliás, o máximo que consigo ver é The Originals como uma embalagem de bolacha de maisena, ou, ainda, metade de um pacote de bolacha de água e sal (qual é?, um pacote inteiro seria um elogio que não sou capaz de proferir...).

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